A História do lenhador e a raposa – Bárbara S. Delazeri

Conta uma história de autor desconhecido, que um lenhador acordava todos os dias de manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só voltava pra casa à noite. Ele tinha um filho lindo de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança. Todos os dias, o lenhador, que era viúvo, ia trabalhar e deixava a raposa cuidando do bebê. Ao anoitecer, a raposa ficava feliz com a sua chegada.

Todos os dias o lenhador era perturbado pelos seus, vizinhos, que diziam que a raposa era um animal selvagem, e, portanto, não era confiável. E que quando sentisse fome comeria a criança. O lenhador dizia que isso era uma grande bobagem, pois a raposa era de sua confiança e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam: Lenhador, abra os olhos! A raposa vai comer seu filho. Quando ela sentir fome vai devorar seu filho!

Um dia, o lenhador, exausto do trabalho e cansado desses comentários, chegou à casa e viu a raposa sorrindo como sempre, com a boca totalmente ensangüentada. O lenhador suou frio e, sem pensar duas vezes, deu uma machadada na cabeça da raposa. E ela morreu instantaneamente.

Desesperado, entrou correndo no quarto. Encontrou seu filho no berço, dormindo tranquilamente, e, ao lado do berço, uma enorme cobra morta. Então ele deu-se por conta do enorme erro que havia cometido, e sofreu muito. Então, enterrou a raposa, com o machado ao lado.

Com este conto, podemos observar alguns pontos importantes, e tirar várias lições, mas a principal delas, é que nunca devemos tomar atitudes precipitadas, pois nós mesmos sofreremos as consequencias disto. Dificilmente em momentos de raiva conseguimos pensar e agir conscientemente. Então a melhor coisa a fazer é deixar a ira passar. Tudo tem uma explicação. Se confiamos e amamos alguém, e temos convicção disto, não devemos dar importância aos comentários maldosos. É claro que até mesmo os nossos queridos amigos são imperfeitos, e irão nos ferir um dia, e temos que estar preparados a perdoá-los por isto.


Crónica de Bárbara S. Delazeri
Histórias, lugares e factos