Animais de Estimação – Bruno Neves

Em semana recheada de espírito natalício porque não falar de animais de estimação? Foi exactamente esta a pergunta que coloquei a mim mesmo, e como não encontrei um bom motivo para fugir a este tema, é disso mesmo que vamos falar: animais de estimação.

Criança que se preze a partir de uma certa idade ambiciona ter um animal de estimação. E quanto mais espectacular melhor, obviamente! Mas, compreensivelmente, isso nem sempre acontece. É a partir do momento em que a criança começa a pedir insistentemente um animalzinho de estimação que começa o martírio dos pais.

Mas nem todos os pais têm possibilidades financeiras para adquirir um animal de estimação, dado que o mesmo exige diversos cuidados médicos assim como a respectiva alimentação. Escusado será dizer que será sempre preciso uma habitação com as mínimas condições, dado que albergar um cãozinho ou um gatinho exige espaço para os mesmos. E depois é necessário ainda o mais importante de tudo: tempo. Sim, porque qualquer animal de estimação necessita de tempo para efectuar os cuidados.

Não conheço um único caso de pais que tenham acedido à vontade dos seus descendentes à primeira. Ou seja, sempre que uma criança pede um animal de estimação a resposta é um redondo “não!”. Contudo, em alguns casos os progenitores acabam vencidos pelo cansaço e pela ilusão de que um “sim” vai trazer normalidade às suas vidas. Mal sabem eles que aí é que começa a verdadeira jornada! Eu sei que os animais de estimação trazem muitos bons momentos, que nos “dão” muito mais do que aquilo que lhes damos a eles, e que têm a capacidade de nos marcar para todo sempre com a sua lealdade. Mas pelo meio temos direito a muitas dores de cabeça.

Quanto aos animaizinhos em si arrisco dizer que 99% das escolhas recaem nos cães e gatos. Contudo apenas uma reduzida percentagem tem essa sorte. Os restantes são levados a ter toda uma miríade de animais muito menos interessantes e espectaculares como: peixes, pássaros ou mesmo bichos-da-seda. Eu pertenço a ambos os grupos curiosamente. Durante largos anos tive apenas direito a peixes não muito interessantes (e todos com uma forte tendência para morrerem demasiado cedo) e a pássaros de diversos tipos (desde caturras a periquitos). Até que houve uma altura em que tive direito a um cão, e logo um puro Serra da Estrela!



De todos o mais espectacular foi….o periquito. Sabem porquê? É claro que não sabem, eu ainda não contei! Pode parecer difícil de acreditar mas o meu periquito…..falava! E sim, sei a diferença entre um papagaio e um periquito! Isto é explicado pelo facto de ter vindo para a minha casa muito bebé e de falarmos muito com ele. Foi também habituado a andar fora da gaiola, na nossa mão e no nosso ombro, e era assim que passava largas horas todos os dias. Era francamente espectacular ser o dono de um periquito que dizia o seu nome, o meu nome, umas quantas palavras e ainda….o nome do cão da vizinha (Bobby para que conste). Dado que passava grande parte do dia na rua, ouvia a vizinha a chamar incessantemente o seu fiel amigo de quatro patas. E passado algum tempo já também ele chamava o cãozinho.

Posto isto, resta deixar o apelo para que tratem bem dos animais e para que não os abandonem em altura alguma. Se os tratarem bem eles irão recompensar-vos.

Para todos vocês uma noite consoada e um santo natal. Que seja passado na companhia da família e dos amigos e que pelo menos as crianças tenham direito a um ou outro presente, porque no fundo é delas o Natal.

Boa semana. Boas leituras.

Crónica de Bruno Neves
Desnecessariamente Complicado
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