As Prisões Foram Construídas Para Receberem Homens e Mulheres – Júlio Silva

As prisões em princípio foram criadas para receberem homens e mulheres, sejam eles culpados na maioria dos casos, ou numa minoria inocentes.

Foi um caso destes de um inocente, que foi na semana passada preso a um Sábado pela GNR, foi levado por esta força policial para a prisão de Aveiro onde passou lá alguns dias sem visitas sem ser julgado sem poder mudar de roupa simplesmente porque os guardas prisionais estavam em greve. Após os guardas se manifestarem e voltarem ao serviço lá pegaram no moço e o levaram em frente há Juíza a qual o condenou a 18 meses de prisão efectiva.

Tudo isto seria escusado se o António (nome fictício) vamos chamar-lhe assim para não ferir selectividades, tivesse pago a tempo e horas uma multa que tinha apanhado já há algum tempo atrás.
Já não era a 1ª vez que a GNR o tinha ido procurar a casa por causa dessa mesma multa, mas o António sempre consegui-o dar-lhes a volta e nunca tinha sido apanhado (caçado) pela GNR. Até porque ele o António trabalhava em Espanha e só vinha a casa de 15 em 15 dias, o que lhe facilitava a vida e dificultava o trabalho da GNR para o apanhar.

Entretanto como nem um nem outro resolviam a situação, o caso passou a crime com direito a mandato de captura para ser julgado. No entanto, o António já tinha dado ordens há esposa para esta pagar a multa, coisa que esta o terá feito mas depois do prazo limite de pagamento. O António começou a andar mais descansado porque pensava que a esposa, ter-lhe-ia pago a multa a tempo e horas, o que na verdade assim não aconteceu. O dinheiro para pagar a multa chegou às mãos da esposa a tempo e horas de esta a poder liquidar antes do prazo limite caducar. Mas a dita esposa, muito ocupada em passar horas e horas nos cafés, a tomar o pequeno-almoço e a merendar, lá gastou o dinheiro que era destinado a pagar a respectiva multa, ou então e segundo se consta gastou-o a desenrascar a mãe para pagar uma dívida que esta tinha, e por essa mesma razão esqueceu-se ou fez-se esquecida de pagar a coima.

Enquanto o desgraçado do António, matava-se a trabalhar 9, 10 e 11 horas por dia em terras de nu estros herma nos confiante que nada devia há lei Portuguesa. Mas no tribunal da Comarca do Baixo Vouga, um papel meio abandonado entre muitos processos que por lá existe, tecia-lhe um destino imensamente amargo para um futuro próximo. Tudo isto por causa da falta de responsabilidade da esposa, que aqui em Portugal recebia o ordenado do António mais o dela, mesmo assim ainda tinha que ir se aviar fiado a certas casas do seu Concelho.

No entanto e apesar de o António apresentar o recibo de pagamento da coima às autoridades, mas porque tinha ultrapassado o prazo de pagamento, a Juíza levando a preceito o seu trabalho e desempenho das suas funções, não teve em conta a prova de pagamento da dívida que o António, tinha apresentado e decretou-lhe ano e meio de prisão.

Não se sabe ao certo se o António já teria antecedentes criminais ou não, ou se apanhou esta condenação por ter respondido há conscienciosa defensora da lei, que não tinha dinheiro para pagar multas tomara ele sustentar a sua família, palavras ditas pelo António. O que é certo é que o António está lá dentro da prisão, e terá que cumprir ano e meio, mesmo com a multa paga embora com algum tempo de atraso.

É esta lei que temos, que mete na cadeia um jovem com 30 anos por causa de uma coima que ao fim e ao cabo ele pagou, é esta mesma lei que solta violadores e pedófilos, ladrões e vigaristas mas que prende um jovem por um ano e meio por causa de uma coima ser liquidada por uns dias de atraso.

E são estas esposas, que empurram os maridos para fora de casa e para fora de Portugal, para irem trabalhar sabe-se lá em que circunstâncias e condições a trabalharem de sol a sol para aumentar mais um pouco o seu ordenado ao final do mês para mandar para estas ditas esposas que o arrebentam em três tempos, esse ordenado que muitas das vezes é superior a 2.000€ , mais o seu ordenado o abono do filho, e ainda vão pedir fiado às lojas comerciais e como que não bastasse ainda vêm pedir aos 400€ emprestados a avó do seu marido.

Isto é o espelho da nossa mocidade, é o espelho de uma casa desgovernada, é o espelho da irresponsabilidade da esposa para com os problemas que o marido tem na vida. Enfim no fundo tanto é culpado um como o outro, pelo menos eles casaram-se e assim desta forma evitaram de estragar duas famílias, ficou tudo na mesma.

O António, por sua vez, se tivesse-se mantido uma postura obediente e de cabeça baixa em frente há Juíza talvez a condenação não tivesse sido tão pesada. Mas a falta de experiência, o sangue quente a correr nas veias e a falta de humildade, fez com que ele pensa-se que estava a falar com uma pessoa qualquer e não com uma Juíza e lhe levantasse a vós o que fez com que essa senhora ficasse irritada e o condenasse sem contemplações.

Para mim no meu modo de ver as coisas a Juíza que decretou esta sentença, colocou um inocente, um jovem trabalhador, na prisão as razões porque o que o fez só ela o sabe, porque para fora do tribunal não saiu alguma razão lógica que justifique esta condenação.

Crónica de Júlio Silva
A opinião de Júlio Silva