Até tempo temos para ir ao WC. – Teresa Isabel Silva

Depois de muito pensar cheguei á lamentável conclusão que afinal o mais irritante da nossa sociedade não são as birras de crianças mal-educadas, mas sim os temporizadores de luz nas casas de banho.

Tudo bem, eu entendo e ideia dos donos dos cafés em colocar temporizadores na luz e na água. Mas meus senhores, 2 minutos não é tempo suficiente para uma pessoa tratar dos seus pessoais com a sanita.

Quer dizer, já é constrangedor o suficiente ter que ir de emergência a uma casa de banho pública, mas ter que estar a dançar o malhão a meio de uma cólica torna tudo muito mais ridículo.

Não é que eu tenha problemas em fazer as minhas necessidades ás escuras. Mas acredito que muita boa gente, assim que as luzes se desligam imaginam logo uma mão a trepar as profundezas da sanita para lhes beliscar o rabinho.
Quando isto acontece ficamos literalmente com uma sensação de vazio. E só pensamos e agora?! De repente até parece que fica tudo em silêncio e só existimos nós e o WC.

Toda a gente devia de experimentar este momento de entrega e cegueira, em que nem o papel higiénico conseguimos encontrar e depois só pensamos como é que nos vamos salvar desta! Acreditem, parece o fim do mundo durante uns segundos.

O assustador é chegar á conclusão que depois do serviço feito precisamos de luz para o dar por concluído e aí lá voltamos nós á dança pirosa com as calças na mão, enquanto do lado de fora se ouvem as pessoas bem-dispostas que se divertem.

“Será que alguém está a imaginar a figurinha que eu estou a fazer aqui?!”, Sabemos perfeitamente que não, mas é impossível não se ficar constrangido com a ideia de que alguém sabe a triste figura e o pânico que estou a sentir só porque fui á casa de banho.

E o pior continua a não ser tudo isso. É sempre aquela parte em que estamos às escuras num cubículo que não conhecemos e não encontramos o autoclismo.

 

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas