Brincar com o fogo – Crónicas Minhas

Engana-se bem quem pensa que o povo português só brinca com o fogo sazonalmente.
Nós, os portugueses, somos fortes adeptos de brincadeiras com o fogo, e tudo isso são modalidades que, ao contrário dos jogos sem fronteiras se jogam em qualquer altura do ano. Veja-mos, de Inverno, este desporto do fogo é nada mais nada menos que o “acender a lareira”, este desporto é praticado por todas as famílias e requer técnicas exactas e quase matemáticas para que o lume se mantenha. Ter a lareira acesa e com um bom foguito é preciso estudar o estado das brasas antes de se voltar a colocar lá madeira, correndo o risco de extinguir a fogueira e ter que recomeçar tudo de novo.
No verão, esta modalidade é mais aberta e expansiva, o fogo é ateado a torto e a direito pelas matas de Portugal e o prémio é uma visita a Custóias para aquele que for o feliz contemplado com a mão no isqueiro.
Mas é também, durante o tempo quente que os verdadeiros adeptos de “um bom foguito” saem á rua para fazerem os seus churrascos. Os chefes de família reúnem-se em festas familiares onde demonstram os seus dotes ao preparar as brasas para o famoso franguito do churrasco.
E porque não se pode falar de fogo sem falar de queimaduras, a actividades de “tostar” é feita em todas as praias do país por adeptos do bronze sem protecção. Estes são sem sombra de dúvida as famosas lagostas e camarões, mas que se cheiradas de perto, nada cheiram a mar mas sim a desidratação.
Vistas as coisas assim, é errado dizer que o povo português não pratica modalidades diversificadas.

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas