« Burricelogia aguda »? – Ricardo Espada

Ora viva, caros amigos leitores deste maravilhoso espaço de partilha de opiniões e de cenas. Calma! «Cenas» não é pornografia! Apesar de não ser má ideia que o fosse, ao fim ao cabo, quem não aprecia uma boa película de pornografia de vez em quando? Vá… não se façam de desentendidos… Isso de estar a assobiar para o lado, só porque têm medo de assumir que gostam de «Cenas», tem de acabar. Estamos em pleno século XXI e pornografia já não pode ser encarado como um tema tabu. Se me perguntarem se eu gosto, ou se vejo pornografia, eu não tenho problemas nenhuns em… assobiar para o lado! (Ah! Raios!)

«Mas ó Ricardo, vais falar sobre algum tema em especial, ou vais continuar a divagar sobre pornografia?» Se me fizerem esta inocente e muito respeitável pergunta, eu retrucarei de uma forma muito simples. Algo do género: «Não, pá! Eu? Falar de pornografia? Nem sei o que é isso!» E desato a assobiar para o lado… (Não pensei que fosse tão difícil falar de um tema tão simples! Afinal, nos confins do meu cérebro, parece que pornografia ainda é um assunto tabu…) E não! Não irei continuar a falar de pornografia. Vou falar de uma particular situação, que tem acontecido de uma forma até bastante regular – infelizmente! – na minha vida. E que não tem um pingo de humor. (Hum… Se não tem humor, pela alma de quem é que eu decidi trazer este tema? Boa pergunta… Provavelmente, será por este tema me irritar tanto, que optei por começar a rir, em vez de entrar em stress e vingar-me em enormes doses de chocolate! Por isso, passou a ter, pelo menos, uma pequena pitada de humor.)

Ora, então. Vamos lá a ver. Sabem aquela sensação de nos estarem constantemente a passar um « atestado de burrice »? Como se sofresse-mos de uma patologia qualquer de falta de inteligência? Uma « burricelogia aguda », ou algo do género. Sabem, ou não? Bom, antes que se percam no meu raciocino, eu passo a explicar de que situação me estou a referir. Imaginem o seguinte cenário:

(Duas pessoas sentadas no sofá, completamente hipnotizadas a olhar para a televisão, a ver o telejornal…)

Eish! Já viste o que eles dizem?

– Sim…

– Viste? Vão existir mais cortes!

– Pois…

– Olha, agora os combustíveis vão aumentar.

– Pois é…

– Diz ali em rodapé, que o desemprego vai continuar a aumentar!

– É! Pois diz…

– Diz: «O desemprego vai aumentar 3% este ano!»

– Eu sei ler…

– Não é isso! Olha, ouviste o que ela disse?

– Ouvi… Eu estou aqui ao teu lado…

– Ah! Ah! Viste o cão?

 – VI! EU TENHO DOIS OLHOS! E SABES QUE MAIS? EU TENHO OUVIDOS! E TENHO MAIS UMA NOVIDADE PARA TI, MEU PELINTRA: EU SEI LER! POSSO VER A PORCARIA DO TELEJORNAL DESCANSADO?!

– Irra… Que mau feitio… Olha! Outro furacão… Olha, imagens do furacão a invadir a cidade… Agora a virar… e…

– DASS!

É verdade! Há pessoas que gostam de fazer um género de «karaoke» de notícias. Gostam de reforçar as imagens e ler todas as palavrinhas que um telejornal apresenta em rodapé à pessoa que se encontra ao seu lado. Meus amigos, vocês podem não reparar, mas estão a passar um « atestado de burrice » às pessoas que estão ao vosso lado a ver o telejornal. Evitem isso, sim? Obrigadinho…

 


RicardoEspadaLogoCrónica de Ricardo Espada
Graças a Dois
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