CDS-PSD’s Boys Don’t Cry – Nuno Araújo

São, pelo menos, já 1454 “boys (que) don’t cry”. Assim, existem agora mais 1323 “Boys (que) Don’t Cry”. Antes fosse uma versão da célebre música dos The Cure, mas esses “boys” são portugueses que vivem recuados no tempo, naquele tempo em que ainda havia quem trabalhasse para o Estado português, em Portugal, a receber 14 meses de salário anualmente. São já 1454 (que serão mais, porque o governo ainda não informou o PS do número total de “beneficiados” por esta medida), repito – 1454, os nomeados pelo actual governo PSD-CDS que recebem os catorze salários anuais, por inteiro, neste ano em que (quase) todos temos de “apertar o cinto”. O total de nomeados, esse, já ultrapassa 3500.

Estes “boys” recebem os subsídios de férias e natal, porque o orçamento de estado que o PSD e o CDS aprovaram (claro está, agora o porquê de o terem aprovado) prevê o regime de excepção para esses assessores governamentais. Ou seja, mais de 2 milhões de reformados ficam sem subsídios de férias e natal, assim como mais umas largas dezenas de milhares de funcionários públicos que vêm retidos os seus subsídios de férias e natal.

Esclareçamos uma coisa muito importante: esses mais de 3511 funcionários devem receber 14 meses anuais de salário, mas os reformados e funcionários públicos também são gente, não, Sr. Primeiro-ministro Passos Coelho? Não é Sr. Paulo Portas? E essa equidade fiscal, onde está ela?
Notas:
1) Greve dos estivadores: Não será melhor certas pessoas do governo e da área dos comentadores políticos pararem de hostilizar os estivadores, tentando virar uns contra os outros? Uns recebem 500 euros, outros 5 mil euros, e é pela via da sugestão da inveja que o governo tenta fazer implodir o movimento dos estivadores? Truque profundamente reaccionário. Enfim, deste governo, só podemos esperar “golpes muito baixinhos”…
2) Adeus Álvaro: Alguém se importa de dizer ao ministro da economia, Álvaro Santos Pereira,
que já há muito tempo que está a mais no governo do nosso país?
3) Assunção Cristas, a ministra do Ambiente (e agricultura, entre outras pastas): que
dizer da grave e grosseira decisão em extinguir a REN (Reserva Ecológica Nacional)?
4) Portugal no clube da bancarrota: qualquer dia, Portugal chega aos 50% no clube da bancarrota. Chegaram ao fim os dias de “bonança” nos mercados mundiais face à especulação sobre a dívida soberana portuguesa. Um segundo resgate afigura-se como inevitável, devido às horripilantes políticas económicas do governo e também face a um ajustamento orçamental e do défice, que só “sabe derrapar”, em vez de baixar, como é exigido pela Troika. Os portugueses já estão cansados de “experiências de laboratório”: nós não somos cobaias.



Crónica de Nuno Araújo
Da Ocidental Praia Lusitana