Contornar o Divórcio e Encontrar a Harmonia

Os leitores que tiveram oportunidade de ler a minha última crónica, tiveram oportunidade de reparar que tentei abordar algumas premissas a ter em conta no pós-casamento, a importância de assegurar os obstáculos do meio, para o ganho de novas competências de amor. Hoje que é tão fácil «o divórcio» o desafio já não está em quem consegue estabelecer uma relação harmoniosa de amor por mais tempo, senão quem consegue não se divorciar por mais tempo.

Os termos do Homem, é tomar as rédeas de uma relação, falando já na crise de todo o tipo de condições: material, existencial, amorosa, comportamental, social. A vida por si só, convida toda e qualquer pessoa a relacionar-se com o outro, convida o outro a apreciar a beleza natura quer do Ser em si mesmo, quer do ser que (se) “realiza no mundo”. Este ser, segundo uma perspetiva existencial denomina-se de ser-no-mundo. O ser que (se) realiza no mundo, pode optar, pode modificar, pode juntar, construir…pois é Ele que ao constatar as mudanças, as atitudes, os comportamentos, as reações, emoções, se encontra consciente disso mesmo e, integrando-se da sua nova situação, torna-se capaz de tomar medidas que, segundo a sua consciência moral, denomina como corretas e cordiais.

Numa sociedade «de medo» da crise, seja a que nível for, a expansão visual imagética e existencial torna-se extremamente importante para o sucesso pessoal, i.é., a visualização imagética é uma técnica onde a pessoa pode visualizar-se a fazer algo, até mesmo, algo que “sonhe” ver concretizado e realizado, mesmo que de momento lhe parece algo inalcançável, e por isso denominar-se de expansão. Robin Sharma, no seu livro ‘O monge que vendeu o seu ferrari’ denota a importância deste tipo de visualização para que o ser humana se sinta feliz e perspetive uma vida com qualidade.

Partir do princípio de que a harmonia é soberana em todos os contextos em que o ser-no-mundo intervém é tentar erradicar o termo crise em todos os contextos pessoais. A harmonia é uma resultante de inúmeras coisas entre as quais, o diálogo, a compreensão, a capacidade de distanciamento, de análise, de empatia, etc.. Estes valores podem e devem de ser trabalhados a dois, e por todo o núcleo familiar, emancipando as competências individuais e familiares e tornando-as dia a dia, o sustento emocional necessário para vidas felizes e possível contágio desta felicidade. Com isto não quero dizer que os atos e atitudes espontâneas não existem, muito pelo contrário. O homem encontra-se disposto no mundo com ‘ervas daninhas’, ‘pedras enormes’, e ‘raízes levantadas’, no entanto se este estiver dotado de atenção, treinado de competências e sustentado pelas emoções, terá maior facilidade em contornar estes obstáculos e encontrar-se num maior princípio de harmonia consigo mesmo.

«Não deixe que lhe puxem o tapete vermelho do seu amor por debaixo dos seus pés.»

« Case todos os dias como se casasse todos os dias pela primeira vez. »

« Os obstáculos são obstáculos, até se tornarem pedrinhas que você apanha e lança para o mais longe que conseguir.»

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Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol
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