Crónicas Minhas – Revolução

Há já algum tempo que, o Zé Povinho e o Chico Fininho andam por ai a dizer que “o que Portugal precisa é de uma revolução”, mas a verdade é que a maior parte das vezes, o povo português fica pelas greves e pelas ameaças.
O povo lusitano sempre foi pacífico, sempre preferiu falar e ameaçar do que passar á prática. Imaginem se a Padeira de Aljubarrota tivesse ficado á janela a opinar em vez de ir para o campo de batalha e se tornar num mito…
E de mitos sabe Portugal, vivemos ainda das grandes epopeias lusitanas e da celebre frase: “Naquele ou aqueloutro tempo as coisas não eram assim…”, mas a verdade é que, as revoluções deviam seguir determinados critérios, senão veja-mos: antigamente as revoluções eram feitas em silêncio aliás participar numa revolução era o mesmo que participar num clube secreto, mas hoje em dia, revolução é sinónimo de alarido e onde “quantos mais melhor”. Aliás, se no 25 de Abril se fez a destituição do Estado sem derramamento de sangue, nos dias que correm, uma revolução iria ser uma desculpa para se dispararem alguns tiros e se fazer alguns desacatos com a polícia.
Portugal reclama, e nos dias que correm, onde vários gangues e criminosos são temidos, e onde cada vez mais a justiça é feita pelas próprias mãos, será errado pensar que se todos esses indivíduos se juntassem a revolução, apesar de violenta e sangrenta iria mostrar resultados?! Até porque se a própria justiça não os consegue parar, é possível dizer que a violência em Portugal e que os nossos criminosos são o caminho para um mundo melhor.

Crónica de Teresa Isabel Silva
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