Dia a Dia… – Que susto

Esta semana não vou falar do dia dos namorados como seria de esperar, pois todos falam e escrevem sobre esse tema.
Contra mim escrevo, pois bem ontem de manha ia com a  minha filha pela mão para a deixar na escola e quando vamos a atravessar a rua, ocorreu-me que alguém podia sair de um carro agarrar na miúda e fugir, e eu não ia conseguir fazer nada, daí apertei-lhe bem a mão que ela até se queixou da força.
Fiquei o dia todo a pensar nisso, pois muitas vezes os miúdos gostam de ir a correr na nossa frente, ou estamos no café e claro eles não vão ficar ali sentados, querem ir brincar, ou para o passeio, ou para o jardim que é mesmo ali ao lado ou em frente, mas a verdade é que em fracção de segundos tudo pode acontecer, estou a fazer um drama? Talvez sim talvez não, a verdade (e por isso mesmo contra mim escrevo) é que eu tento lhes dar alguma liberdade, pois se eu quero estar na esplanada do café com os amigos, não posso realmente obrigar as miúdas a estarem ali sentadas, quer dizer poder posso, até porque as vezes elas levam as Nintendos ou as PSPS, precisamente para estarem ali sentadinhas a jogar enquanto eu tomo café e dou duas de letra, mas a verdade é que quando começamos a falar nunca mais paramos e por vezes os miúdos ficam fartos de ali estar sentados e preferem ir brincar, e eu deixo-as ir, claro que com algum receio, mas algum dia tem que ser, não os podemos ter para sempre debaixo das nossas saias, eles têm que começar a andar sozinhos, até porque tenho uma pré adolescente que não tarda me diz que não precisa que a leve à escola e eu compreendo que não, mas compreendo como filha que já fui, agora como Mãe, acho que quando esse dia chegar vou andar sempre com o meu coração muito apertadinho.  Isto para não dizer que se calhar nas primeiras vezes irei atrás delas sem que se apercebam, mas tem que ser para minimizar os sustos que vamos apanhando e que sejam sempre fruto (como no começo deste texto) da nosso imaginação, mas infelizmente caminhamos cada vez mais para um mundo que não entendemos pois existe cada vez mais violência, e cada vez menos respeito pelo próximo.

Crónica de Ana Couto
Dia a dia…