Diz que … é tempo de recordar

É tempo de recordar. Não necessariamente coisas boas. Mas de uma forma simples, estabelecer paralelismos com o passado.

Houve um tempo em que havia uma maioria de direita. Aumentaram a despesa de tal forma, que o défice que criaram ficou conhecido como “o monstro”, e o primeiro ministro da altura, Anibal Cavaco Silva, como “o pai do monstro”. Hoje temos um governo de direita que diz que a culpa do défice é dos governos de esquerda.

Em tempos houve um ministro das finanças austero, que não respeitava o povo, que mais tarde passou a presidente do Conselho e que governava sobre o lema “orgulhosamente sós”, fechando o país às relações com o estrangeiro. Hoje temos um ministro das finanças austero,  que não respeita o povo e diz que sozinhos não valemos nada, então segue cegamente o que a Europa lhe diz para fazer.

Em tempos tivemos um partido de direita que dizia que o governo socialista era demasiado austero para os portugueses, que estava a exigir demasiado dos mesmos, que devia baixar impostos para não prejudicar o crescimento económico e, por consequência, o emprego. Hoje, o mesmo partido é Governo, duplicou a austeridade, aumentou impostos, cortou subsídios, … e mesmo assim diz que está a promover o futuro de Portugal.

Houve tempos em que a população dizia que os políticos eram todos corruptos, que só queriam “o poleiro” e depois de estarem  no poder não queriam saber mais do povo e esqueciam as promessas eleitorais. Isto mantém-se inalterado.


Crónica de João Cerveira
Diz que…