Diz que … ficou surpreendido



Quando pensava que o nosso Presidente não poderia criar mais “casos”, eis que surgem mais dois: primeiro, o suposto “impedimento” – que ninguém sabe qual foi – para ir visitar uma escola onde alunos se manifestavam contra o Governo; e dizer-se surpreendido com o facto de a taxa de desemprego estar já nos 14% (no último semestre).

O Presidente veio dizer à comunicação social que tem muitos anos de experiência enquanto político. Isto – recorde-se – embora goste de dizer que não é político. Mas continua sem esclarecer porque cancelou, em cima da hora, uma visita à Escola António Arroio. Sem explicação, ficou a ideia de que o Presidente não queria ser vaiado pelos estudantes. Nem o duplo do Primeiro-Ministro (porque, por tudo o que temos vindo a assistir, já se sabe que o Primeiro-Ministro é Miguel Relvas, Pedro Passos Coelho só aparenta ser) se recusou a enfrentar a multidão e eram todos adultos. Sem desprezo para os estudantes do ensino secundário, terá tido o Presidente receio que o atacassem? Então e a PSP e a sua segurança pessoal servem para quê ? Não se entende.

A outra questão prende-se com a taxa de desemprego.  Para além da experiência que o Sr Presidente “não politico” tem como político, ele não é economista? Se um aluno dele lhe perguntasse “Sr Doutor, o que acontece à taxa de desemprego perante politicas de austeridade?”, o que será que ele lhes respondia. Então como é que se diz surpreendido com a subida vertiginosa da taxa de desemprego, depois de promulgar a austeridade que a origina? Só se o Sr Presidente assina “de cruz”, sem ler o que assina, e daí estar surpreendido. Será?




Crónica de João Cerveira
Diz que…