Explosões, colisões de carro e muita tensão no novo comercial da Acer computadores, estrelado por nada menos que “Jack Bauer”, da série 24 – Marco Aurélio Cidade

O filme começa com uma perseguição em alta velocidade e contém momentos de, digamos, extrema tensão, mesclados com uma pitada de humor.
Explosões, explosões, explosões, Jack Bauer tentando fazer cup cakes (desastre total!), um nerd (comerciais de computadores sem nerds não são nada) e mais ação.
Tudo isso para divulgar o novo modelo (ultrafino) de notebook, o Aspire 35.
A peça publicitária foi criada pela agência MOTHER, de Londres, e a proposta é levar ao telespectador justamente cenas habitualmente encontradas nos episódios da série 24 HORAS, só que com uma diferença: Jack Bauer quer mesmo é comer cup cakes.
De acordo com o fabricante e cliente, este é apenas o primeiro de uma série de comerciais que vêm por aí para divulgar o lançamento do notebook, no entanto, fica a pergunta: porque investir tanto dinheiro numa peça caríssima como essa e outras mais, se normalmente não se encontra os produtos ACER nos PDV´s?
Digo isso porque logo após ter a notícia do lançamento deste novo modelo, na semana passada, percorri muitas lojas aqui no Porto e em várias delas fui informado que ainda não haviam recebido o modelo da fábrica, ou que só havia um em estoque e já tinha sido vendido (???).
Muita gente não conhece a marca, muita gente não encontra os produtos ACER, muitos PDV´s não têm nenhuma sinalização que conduza ou ao menos oriente o provável cliente para o setor onde estão os aparelhos da marca.
Observei diversas ações promocionais de outras marcas, e quem vai à procura de alguma delas é sempre bem orientado a encontrar os modelos. Não há folders explicativos, não há material promocional e muitos prospects questionam se o produto tem mesmo qualidade.
Creio que o melhor a fazer, antes de investir em comerciais, seria uma pesquisa de mercado para saber a quantas anda a opinião do consumidor sobre a marca ACER, o que acham dos produtos, se já possuem ou possuiram um modelo, para depois de identificar os pontos negativos frente à concorrência, saber exatamente que providências tomar para uma boa campanha.
Chegou ao cúmulo de uma loja especializada em telefonia celular ter o produto em seu interior, sem nenhum destaque, sem nada que conduzisse o público até ele (principalmente porque a loja não vende computadores) e sem o mesmo poder (segundo informações colhidas na própria loja) sequer ser exibido em destaque. Meio contrasenso, não?
Bem, é assim mesmo que muitas empresas agem. Despreparadamente, sem saber o que fazer, como fazer, quando fazer; apenas se limitam a contratar uma agência, muitas vezes, cara, e encomendar uma campanha publicitária. Quando não dá resultado é mais fácil culpar a falta de criatividade da agência. De qualquer forma, veja por si mesmo o filme:



Crónica de Marco Aurélio Cidade
(publicitário, redator escritor e professor)
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