Famulus ou escravos? – Mi Céu

Após um domingo passado em família, serviu de mote para extravasar e explanar sobre a importância de uma palavrinha, que aparentemente parece mais uma no universo da nossa extensa e complexa língua!
“O termo família, é denominado e conhecido, como um grupo de pessoas normalmente ligado por relações de afeto ou parentesco. Segundo a Declaração dos Direitos Humanos, a família é o elemento natural da sociedade e tem direito à proteção da própria sociedade e do Estado. A palavra deriva do latino “famulus” que significa doméstico, servidores ou escravos.”

Venha quem vier, haja o que houver, a família é o melhor que podemos ter…pelo bem que nos proporciona, cada momento junto dela!
Por muitos atritos e mal entendidos que possa haver, há momentos inesquecíveis!
Já é velha a frase, “Família é só uma, a nossa e mais nenhuma…” , é insubstituível, incomparável e única!
O dia a dia pode ser a correr, cada um com a sua vida, mas quando paramos tudo e nos juntamos, dito em bom português, com os nossos…é qualquer coisa! Tudo se esquece e apaga, tudo se compensa…e desligamos do mundo para viver tudo o que uma família nos proporciona.

É a comidinha da mamã, ou da tia avó, ou aquele pãozinho ou broa que só o pai sabe escolher…ou aquela sobremesa que a mana faz que dá vontade de lamber o prato e chorar por mais! Ou os assados fantásticos que os cunhadinhos fazem! E aquela sopa que parece vinda dos céus, que nos sacia quase para o resto da vida…e as saladas e os legumes salteados…hum, só de lembrar cada pedacinho, cada palavra, cada risada, cada conselho, cada silêncio, cada discussão, só apetece não desligar destes pequenos prazeres que a vida, mais propriamente a vida em família, nos oferece!
Enquanto, ainda temos todos os membros da família junto de nós, é de valorizarmos isso e de aproveitarmos a presença de cada um, juntamente com as suas particularidades, características e gestos, que tornam a nossa linhagem ímpar no mundo!

Contrariamente, ao que muitas vezes se pensa, é preciso tão pouco para se ser feliz…o que é capaz de realizar isso é tão pouco, basta que saibamos agarrar cada instante como se fosse o último, uma vez que, nunca saberemos até quando estaremos junto da nossa famelga!
Afinal, é na família que inicia o processo de apuramento da nossa essência e do nosso ser, sendo por isso um forte alicerce e pilar na educação, pois através dela tornamo-nos adultos singulares.

Com a crise que se nos assola, cada vez menos nas gerações mais jovens vemos o típico exemplar de família, com todos os membros que a constituem debaixo do mesmo tecto…é um facto a lamentar para todos, pois todos saiem a perder e muito pouco a ganhar, quando entram por vezes em lutas por coisas que nenhum valor têm ao valor que tem uma família coesa e unida pelos princípios básicos relações de parentesco e de afecto. Hoje vive-se o egoísmo até ao seu ponto máximo, cada um para si e pouco para os outros…por se cultivar em demasia esse princípio pouco saudável é que cada vez mais cada um vive para si, em vez de viver para a família…

Ser escravo da família é uma honra a cultivar e a expandir e não a anular! Esse é o caminho…não matar este e outros princípios nobres que sempre ajudaram bem mais do que prejudicaram, quem tomou esse rumo com seriedade! Claro que deve por isso, ser um acto muito reflectido, quando escolhemos com quem pretendemos constituir a nossa família…pois para mim, quando se toma essa decisão, é uma vez para sempre…não fazendo como hoje, que ainda não se casou já se está a pensar que na primeira contrariedade, opta-se pela decisão mais fácil, o divórcio!
Ter uma família não é fácil, diria que hoje não é para todos…pois nem todos sabem bem o que querem para si e para a sua vida, conscientes dos prós e dos contras que acarreta determinadas decisões!
“A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.” Leon Tolstoi
Uma boa semana escravos na e pela família!

 

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