Faz favor, uma dose de criatividade para a mesa quatro! – Sandra Castro

Caros leitores, vou ser sincera convosco. Não faço a porra da mínima ideia do que hei-de escrever hoje!

Há vários temas e pequenos acontecimentos dos quais eu poderia falar, mas as ideias não têm fluido. Podia falar do belo tempo que a Primavera nos tem brindado, podia falar sobre o discurso de Passos Coelho a anunciar mais cortes para os portugueses, ou então sobre as 40 horas semanais que a função pública vai ter de cumprir, ou ainda sobre o dia 1 de Maio, Dia do trabalhador, que muitos portugueses, inclusive eu, tivemos que trabalhar (e ainda bem que assim foi) ou ainda das promoções do Pingo Doce para este mesmo dia. Poder, até podia…mas não vou escrever sobre nenhuma destas tretas.

Aponto o dedo a um variadíssimo leque de razões pelas quais a minha criatividade e fluidez na escrita tem vazado. Deve ser pela ansiedade do casamento que está terrivelmente perto, ou será pela ansiedade da futura lua-de-mel? Ou será ainda porque não ponho os olhos em cima do meu noivo há uma semana? Provavelmente é cansaço também, porque há um certo ser, baixinho, gordinho e fofinho, que não me deixa simplesmente dormir de há uma semana para cá ( prova disso mesmo é que ele acordou, e está  neste preciso momento a chamar por mim, com um livro na mão e são 6.30 da manhã!!! ).

O entidade patronal também tem a sua culpa da minha falta de criatividade, e agora falando num português ligeiro, trabalho que nem uma burra, aturo azedume das colegas e clientes arrogantes e ao dia quatro ainda não recebi o meu ordenado de merda. Bem, visto deste ponto de vista, a minha entidade patronal têm uma grande culpa, porque o meu stress laboral deu um chuto na minha criatividade.

Confesso até que estou com uma inveja aguda dos meus colegas cronistas, que têm escrito excelentes crónicas, como já é habitual, e aqui a parva não tem escrito nada de jeito. Podia falar numa merda qualquer, só para a posterioridade, mas prefiro ser sincera e apontar algumas causas pelo meu estado de sanidade actual.

Leitor, o que aconselho é ler algumas das minhas crónicas anteriores, que algumas estão francamente boas e valem a pena o seu tempo. Mas hoje, não perca o seu tempo comigo.

Como escreveu Bertrand Russell: “O tempo que você gosta de perder não é tempo perdido.”

Crónica de Sandra Castro
Ashram Portuense