Nada se compara ao sabor de um beijo.
Um beijo tem magia.
Um beijo tem uma doçura única que se sente na boca e no coração.
O primeiro beijo – inocente, furtivo, apressado e desajeitado, recebido do primeiro namorado no pátio das traseiras da escola primária – deixou-nos a face vermelha e uma vergonha proporcional ao sentimento experimentado.
O beijo adolescente – de uma paixão imensa, de um amor incondicional que julgamos ser eterno – deixou-nos a sonhar acordados, a ver o Mundo em tons de rosa e com borboletas no estômago.
É um beijo oportunista, longo, fogoso capaz de nos levar à Lua. Roubado em qualquer lugar, esperado a qualquer momento, tem sabor a desejo e a entrega.
O beijo adulto – tal como muitas outras coisas, entre um casal, é algo que se perde ou que passa a ser um dado adquirido. É um beijo que, no dia-a-dia, vai perdendo a sua fogosidade e se transforma no vulgar chocho, que serve para qualquer ocasião: no olá, no até logo, no gosto de ti… sem distinção!
Por isso eu digo:
Parem, parem tudo o que estiverem a fazer – não importa se estão a conduzir, num café, em casa de alguém ou mesmo se vão de mão dada na rua…
Segurem-lhe o rosto, com ambas as mãos, olhem a vossa companheira nos olhos com aquele olhar de quem expressa o amor que sente sem palavras e, sem pressa, beijem-na.
Mas beijem-na como deve ser… Unam as vossas bocas abertas e ávidas do outro, enrosquem as vossas línguas qual acto de submissão amorosa e deixem-se levar pelo momento.
Tem de ser um beijo longo e ardente, daqueles que nos deixa ofegantes, nos acelera o coração e tolda os sentidos, que nos faz sentir nas nuvens elevando-nos a um estado de felicidade suprema. Tem de fazer-nos retroceder no tempo, voltar à impetuosidade da adolescência.
Ainda que aos olhos dos outros seja visto como algo indecoroso ou faça disparar aquela expressão “get a room”, não se importem – é tudo inveja!
Tudo o que é bom começa com um beijo e tudo o que é mau termina sem ele.
Não há mulher que não goste de ser seduzida por um bom beijo.
Não há homem que não goste de sentir o poder de sedução que exerce numa mulher.
Por isso, por tudo e por nada, com ou sem motivo, beijem, beijem sempre como se não houvesse amanhã!
Laura,concordo na totalidade com tudo o que diz, precisamos de momentos que nos deixem num estado de suprema felicidade sim…aqueles repletos de magia e que saiem do coração…
Parabéns pela escolha, o mundo precisa de algo bom…..
Olá Aida!
Obrigada pelo seu comentário.
De facto, momentos de magia, precisam-se, sempre e com urgência.
O Mundo e nós merecemos coisas boas – podemos sempre começar pelo mínimo: um beijo!
Beijinhos
Olá, Laura!
Devo dizer que gostei muito da sua crónica de hoje (até agora não houve nenhuma crónica sua de que eu não tivesse gostado, aliás). Felizmente ou infelizmente, sou uma rapariga não comprometida (confesso que “compromisso” é uma palavra que me assusta particularmente), mas a verdade é que o beijo, nos dias de hoje, tornou-se uma coisa banal, desvalorizada. As pessoas beijam-se quase que por mero protocolo, como se seguissem um manual de instruções à risca. E o beijo deve ser, como a Laura o descreve, algo de especial, algo que desperte em nós alguma coisa, que tenha algum significado… Beijar só por beijar é entediante. Aborrecido, até.
Tal como existe a célebre frase: “vive cada segunda da tua vida como se fosse último”, deveria existir também uma espécie de: “saboreia cada beijo como se fosse o último”.
Um beijinho, Laura, e parabéns pelo excelente texto! 🙂
Olá Joana,
Antes de mais confesso a minha surpresa por sabe-la leitora das minhas palermices, perdão, crónicas.
De facto, o beijo tem de ser algo sentido e com significado.
Eu não sou adepta do “dá cá dois beijinhos” a pessoas com quem não tenho grande ou nenhuma afinidade. O que eu passava, em nova, quando a minha mãe dizia “dá um beijinho a esta senhora” e eu me recusava. Acho que foi mesmo um trauma!
Os meus beijos estão destinados a quem tem significado para mim!
O aperto de mão, que começou por ser um mostrar de mãos para indicar a ausência de armas como sinal de boas intenções, evoluindo até ao que conhecemos hoje, continua a afigurar-se-me como o cumprimento mais adequado para todas as outras pessoas.
Quanto ao “beijo técnico” a história é outra 😉
Esse é que só faz mesmo sentido vindo de alguém muito especial, e não pode ser banal ou entediante, como a Joana muito bem diz!
Obrigada pelo comentário
Beijinho (virtual mas com significado)
Parabéns pela sua crónica desta semana D. Laura Paiva, por norma eu nunca costumo comentar as crónicas dos colegas. Mas esta sua crónica, fez-me retroceder na minha idade até aos meus 18 anos. Recordou-me o meu primeiro beijo que recebi (trocamos) com a minha ex-mulher. Eu já com toda a esperteza e ela inocente com os seus 17 anos, preparava-me para lhe dar um beijo nos lábios dela e ela deu-me um beijo sim mas na face, o qual foi tão sonoro que eu até pensei que tinha acordado toda a vizinhança. E passados 3 meses deste episódio estávamos casados.
Agradeço-lhe por me ter recordado essa cena, hoje dei uma gargalhada ao ler a sua crónica e ao recordar-me desse meu beijo.
Quanta honra ser merecedora de um comentário seu, Sr. Júlio Silva.
Ainda bem que consegui transportá-lo a um momento tão especial da sua vida – o seu primeiro beijo que, não sendo como desejava, resultou num feliz acontecimento.
Não tem absolutamente nada a agradecer-me, pelo contrário!
Eu é que lhe agradeço o tempo despendido na leitura, no amável comentário e na bonita história que fez questão de partilhar comigo.
Obrigada
Laura Paiva
Não posso dizer que entenda como é dar beijos em tom de “protocolo” porque sou muito nova (ou acho-me demasiado nova) para perceber esses contextos. Para mim beijar o meu namorado é algo que faço sempre que estou com ele, às vezes quase em excesso, mas que hei-de eu fazer? Estou apaixonada! Dar-lhe todo esse carinho é o mínimo que posso fazer para lho mostrar.
Mas não era essa a parte que eu ia comentar; prefiro comentar a parte do “get a room!” porque essa sim, já ouvi muitas vezes e muitas frases parecidas! Mas basta dizer que muitas dessas vezes é em tom querido, dita por estranhos que denotam o carinho todo dos beijinhos que damos. De cada vez que ouço algo meio desajeitado, ouço duas “ai o amor é tão bonito!” ditas por velhinhas e velhinhos que passam a sorrir.
Claro que fico sempre um bocadinho envergonhada; mas acho que é mesmo essa a questão! Posso estar em público, mas os meus afectos e carinhos são todos para ele, não interessa o onde nem o quando.
E sim, encorajo todos os casais de todas as idades a praticarem o ritual dos beijinhos arrebatados vindos do nada. Carinhos de adolescentes, talvez, mas desde que os casais se tenham como jovens no coração, é isso que o mundo precisa.
Ai que os beijos são tão bons! Nunca ninguém devia parar, nem os casais velhinhos e cansados… É tão bonito ver pessoas idosas a trocar afectos. E o amor não tem idade.
Olá Carla!
Obrigada pelo seu comentário!
Ainda bem que não está e que talvez nunca venha a estar na fase do protocolo – pelo que descreve da sua verdadeira entrega apaixonada.
Mas, acredite que, apesar de todos nós passarmos por essa fase, virá o dia em que a fogosidade da paixão cede ao amor mais pacífico, mais maduro e calmo. É normal e inevitável, com o decurso da vida a dois, que isso aconteça.
Não quis, de forma nenhuma, dizer que ao fim de 10, 20, 30, 40 ou mais anos juntos, os casais deixem de estar apaixonados… era o que faltava!
Começamos é a ter mais recato e menos impulsividade – o que é uma pena!
Como muito bem diz, os beijos são muitíssimo bons e vindos do nada…ui ui!
Todas as idades são excelentes para amar… e para beijar apaixonadamente como a Carla faz questão de fazer! Continue…