Independência? – João Cerveira

Celebra-se hoje a restauração da independência. E a questão coloca-se: seremos realmente independentes?

A 1 de Dezembro de 1640 recuperamos a nossa soberania e independência face a Espanha, depois da dinastia filipina. Mas hoje em dia, 372 anos depois, não só estamos dependentes dos espanhóis, como dos franceses e dos alemães.

A entrada na então CEE – hoje UE – em 1986 significou a entrada em Portugal de muitos subsídios  muitos fundos para (em teoria) desenvolver o nosso país, aproximando-o da média europeia. Em certa medida e em certas áreas assim aconteceu. Mas não foi “de borla” como muitos pensam. Certas concessões, certas limitações tiveram de ser aceites pelos nossos governantes.

Essas limitações foram negociadas pelo actual Presidente da República, recém chegado ao cargo de Primeiro Ministro na altura da negociação da PAC. Cavaco Silva decidiu que o melhor para Portugal seria cortar nas cotas de pescado – em favor da Espanha – e da agricultura – em favor da França – e receber dinheiro. Esse dinheiro foi, em parte, usado para pagar aos pescadores para destruírem embarcações e aos agricultores para destruírem plantações. Assim, o nosso país recebeu uns milhões, mas começou a pagar cada vez mais a outros países (membros da UE) por produtos que podia produzir.

Em suma, desde a PAC que Aníbal Cavaco Silva, por livre escolha ou incompetência, decidiu deixar o país dependente dos mais ricos da UE. E hoje faz questão de dizer que devemos investir no mar e agricultura. Pura demonstração de senilidade.

 

 

Crónica de João Cerveira

Diz que…