Isto só vai à porrada!!! – Júlio Silva

Trabalham quando lhes apetecem, metem baixa à Quarta, Quinta e Sexta-feira, na proporção de 243 faltas à Quarta, 270 à Quinta e 402 à Sexta-feira, para justificarem estas faltas, apelam ao dia específico para dedicar ao trabalho Político, que normalmente é à Segunda-feira.
Enquanto ao Zé Povinho cortam as pontes por exemplo do Carnaval, estes nossos Políticos gozam os fins-de-semana prolongados que lhes apetece, sem que ninguém os chame à atenção.
Como não bastasse estas regalias que de si já são um abuso em comparação ao trabalhador comum.

Ainda existe outras que até faz enervar um morto, se tivermos em atenção aos cortes que estes senhores obrigam a população normal a ter que fazer.

Por exemplo enquanto o cidadão, num restaurante paga por uma refeição 23% de imposto, ao comer por exemplo um bitoque, ou uma feijoada feita dos restos do cozido à Portuguesa do dia anterior, bebe vinho do pacote, e termina com uma bica e o respetivo bagacito.
O Cidadão Deputado, come pombo torcaz ou rola, carne de porco preto criado a bolota, tem 12 qualidades de vinhos à escolha, bebe café de 1ª qualidade e whisky de 20 anos.
Até aqui, a coisa está mais ou menos equilibrada se vermos e apreciarmos as coisas da seguinte maneira… O Cidadão normal, come e arrota por vezes por cima e por baixo, principalmente quando come feijoada, diz palavrões à boca cheia alto e em bom som.
Já o Cidadão Deputado, tem que ter mais cuidado com a alimentação.
Tem que ter a voz afinada para o discurso, dai o tal pombo torcaz, e a rola que lhe é aconselhado comer pelos seus colegas deputados, por esse motivo não diz palavrões, evita-os, mas di-los na mesma só que de uma maneira mais sofisticada.
O mesmo cidadão, não arrota sem pedir licença, também não tem tendências a peidar-se, e se o faz pede desculpa por ter dado uma bufa.
Tudo isto é muito bonito, se não fosse a diferença ao pedir a fatura no final da refeição, enquanto o cidadão normal, paga 10 ou 12 € com os 23% de IVA incluído ou não por uma diária, que comeu e até lhe provoca por vezes uma azia do carago .
O cidadão Deputado, paga uma simples bagatela de 3.80€ e os seus filhos que podem vir comer juntamente com o papá terão que desembolsar a módica quantia de 2.40€ ou 2.05€.

Que moral tem esta gente, Deputados, mesmo os que nos querem enganar dizendo que são defensores do povo, e não lhe interessa denunciar esta “estória”.
Enquanto muita gente já passa fome e alguns recusam uma sopa às crianças na escola…
Menú de luxo na Assembleia da República
Perdiz, porco preto alimentado a bolota e lebre são alguns dos produtos exigidos pelo Caderno de Encargos do concurso público para fornecer refeições e explorar as cafetarias do Parlamento.
Das exigências para a confeção das ementas de deputados e funcionários constam ainda pratos com bacalhau do Atlântico, pombo torcaz e rola, de acordo com o documento a que o CM teve ontem acesso. O café a fornecer deverá ser de “1ª qualidade” e os candidatos ao concurso têm ainda de oferecer quatro opções de whisky de 20 anos e oito de licores. No vinho, são exigidas 12 variedades de Verde e 15 de tintos alentejanos e do Douro.
É também especificado que o mesmo prato não deve ser repetido num prazo de duas semanas. O Caderno de Encargos do concurso, que termina em Junho, estabelece que a qualidade dos produtos vale 50%, o preço 30% e a manutenção 20%.

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Regulamento de Acesso ao Serviço de Refeitório da Assembleia da República
Publicado no Diário da Assembleia da República, II Série C, n.º 15, de 9 de Fevereiro de 2002 com a atualização introduzida pela Circular de 31 de Março de 2009 do Gabinete da Secretária‐Geral da Assembleia da Republica III
Têm acesso aos serviços do refeitório as seguintes pessoas
a) Deputados;
b) Funcionários e agentes parlamentares e funcionários parlamentares aposentados;
c) Pessoal dos Gabinetes do Presidente, Vice‐Presidentes, Secretários da Mesa e Secretário‐Geral;
d) Pessoal da dotação dos grupos parlamentares;
e) Cônjuges e filhos das pessoas referidas nas alíneas anteriores;
f) Pessoal requisitado e contratado nos serviços da Assembleia da República;
g) Pessoal que presta assessoria de forma transitória nos grupos parlamentares e nas comissões;
h) Convidados das pessoas referidas nas alíneas a) a d), desde que acompanhados destes, com o limite de dois convidados por utente;
i) Membros e funcionários dos órgãos autónomos que funcionem junto da Assembleia da República;
j) Pessoal que presta serviço na residência oficial do Primeiro‐Ministro e no Gabinete do membro do Governo responsável pelos assuntos parlamentares, abrangido pelo acordo entre a Assembleia da República e os serviços sociais da Presidência do Conselho de Ministros;
k) Pessoal da Guarda Nacional Republicana que presta serviço na sala de segurança e no parque de estacionamento subterrâneo e pessoal da Polícia de Segurança Pública que presta serviço na esquadra da Assembleia da República;
l) Pessoal da agência da Caixa Geral de Depósitos e dos CTT;
m) Jornalistas acreditados na Assembleia da República;
n) Outras pessoas expressamente autorizadas pelo Secretário‐Geral da Assembleia da República.
VI
Os preços de venda das refeições são fixados anualmente e para o presente ano são os que se seguem:
1. Funcionários e agentes parlamentares e funcionários parlamentares aposentados, pessoal dos Gabinetes e da dotação dos Grupos Parlamentares e ainda requisitado e contratado que na Assembleia da República preste serviço – 3,80 €;
2. Pessoal da GNR que presta serviço na Sala de Segurança e no parque de estacionamento subterrâneo e pessoal da PSP que presta serviço na esquadra da Assembleia da República – 4,00 €;
3. Deputados e pessoal que presta assessoria transitoriamente aos Grupos Parlamentares – 4,90 €;
4. Filhos dos Deputados e do pessoal referido no n.º 1 que tenham direito ao subsídio familiar, respetivamente – 2,40 € e 2,05 €;
5. Filhos dos Deputados e do pessoal referido no n.º 1 sem direito ao subsídio familiar, respetivamente – 4,90 € e € 4,10 €;
6. Restantes utentes ‐ 6,50 €.
Perante, tudo isto que acabamos eu de escrever, e você de ler, não acha que o que apetece dizer, é que esta corja de Politiqueiros deveria de irem mas era mamar na Quinta perna do Cavalo de D. José.

Crónica de Júlio Silva
A opinião de Júlio Silva