Mas porquê? … – João Cerveira

Esta semana decidi ilustrar a minha crónica. Isto é o que eu retiro das declarações mais recentes da Directora Geral do FMI e do nosso Primeiro-Ministro.

O FMI fez o mea culpa e anunciou que em países como a Grécia ou Portugal, entre outros, os níveis de austeridade pedidos foram demasiado severos para tão pouco tempo, tendo o efeito recessivo na economia dos referidos países sido muito superior ao esperado. Enfim, admitiram que erraram os cálculos e, em função disso, prejudicaram mais do que ajudaram. Como dizia há uns dias no Expresso o Miguel Sousa Tavares, nada de bom pode vir de uma politica que está a destruir a nossa economia.

Então mas se o FMI assume o erro, e assume que os países necessitam de mais tempo para conseguirem atingir os objectivos que o próprio Fundo Monetário Internacional, em conjunto com a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu – a chamada “Troika” -, exige, para facultar as tranches de ajuda, porque é que o Governo continua a dizer que estamos no bom caminho e não vamos recuar? Se o FMI assume que as medidas que estão a ser implementadas têm um efeito muito mais recessivo do que aquilo que previam e têm de fazer alterações, porque é que Portugal há-de ser diferente e dizer que tanta austeridade e consequente recessão e aumento do desemprego é o bom caminho?
Não se tornou óbvio que o Governo da Republica, para além de não ouvir quem os elegeu e quem legitima a sua acção, agora também deixou de ouvir as instituições que estão a financiar o programa de auxilio?

Crónica de João Cerveira
Diz que…