Mundo ao Contrário – Quinta Feira de cinzas

À revelia de Pedro Passos Coelho, Portugal decidiu-se mais uma vez a festejar o Carnaval, e sair para a rua trazendo toda a sátira possível com o governo Português e a Troika a serem os mais visados. Ao bom estilo de uma ditadura disfarçada, Pedro Passos Coelho enfunou e está decidido a banir de vez o Carnaval.
Um pouco por todo o lado a esquerda portuguesa está apostada em incitar o povo a uma revolução, mas o povo português é pacifico e fazer uma revolução dá muito trabalho, só se faz se for por uma boa causa, e o Carnaval foi uma boa causa. O nosso PM viu estes festejos como uma verdadeira revolução, como uma afronta do povo que está de mãos atadas, e quer fazer desta celebração a sua bandeira de campanha.

Pois é, para o ano poderemos mesmo ter de prescindir deste feriado, com o estudo para a junção de forças policiais e este verdadeiro atentando à governação, não se espantem no início do próximo ano Pedro Passos Coelho apresente uma nova força policial. Ao estilo da velha PIDE surgirá uma renovada PORCA – Policia Opulenta Retificativa  do Carnaval Armada.

Com tanta crise e proibição Passos devia estar mais atento não vá ser queimado antes da próxima quinta feira de cinzas.

O Carnaval é um dia tão produtivo como o 10 de Junho, sendo o Carnaval feriado ou não. Mas então porque os políticos não querem deixar festejar o Carnaval? Eu debrucei-me muito sobre este assunto e só consegui chegar a duas conclusões:
Mais do que pagar as dividas o governo português gosta de ver os portugueses tristes mergulhados na tenebrosa divida, por isso não lhes podem dar um feriado para que eles se possam divertir. Querem divertir-se que vistam um fato ponham a cara pesada e venham no dia 10 Junho exultar a alma lusitana, festejar o dia de Portugal, esse país triste e sombrio com uma pesada divida a pairar sobre a cabeça, e no qual os seus jovens promissores têm que abandonar para fazer carreira.
A segunda conclusão e provavelmente a mais certa é que no Carnaval saem à rua muitos palhaços, e o governo entende que se queremos ver palhaços não precisamos de fazer um feriado, basta sintonizar a ARTV e assistir aos debates na Assembleia da Republica.

Crónica de Miguel Bessa Soares
Mundo ao Contrário