Nasci em dia de clássico – A minha vida dava uma Crónica

Reza a minha história que nasci num domingo de Benfica-Porto e que entre os espectadores desse jogo estava o meu pai. Felizmente que a minha mãe teve mais juízo e tendo em conta as contracções que estava a ter preferiu ir para a maternidade dar à luz. Nunca a perdoaria se em vez de me ir dar à luz me tivesse no estádio da luz. E se o facto de eu vir cá para fora em pleno estádio inspirasse Chalana, Shéu ou Néné a meter a bola lá dentro? E se o Nené ajudasse no parto será que o mito de que ele nunca sujava os calções se manteria?E se o meu nascimento perturbasse o Simões, Frasco ou Fernando Gomes ao ponto de não cumprirem as ordens do grande Pedroto?
Gosto de pensar,por isso, que o facto de não ter nascido na Luz foi a principal razão pela qual o Porto conseguiu pontuar nesse jogo. Fui de facto decisivo para essa conquista do meu clube como em nenhum em outro momento. Nem quando no velhinho estádio das Antas gritava para o Drulovic estar concentrado e ele me acenava em sinal de concordância fui tão decisivo.Nem quando colocava o cachecol sempre do mesmo lado no inicio dos jogo e mudava de 10 em 10 minutos a posição dele caso o Porto não marcasse fui tão importante para o clube. Também não chegou aos calcanhares de importância desse momento quando ajudei o fcp a conquistar 5 campeonatos consecutivos com os meus conhecimentos táticos.Se calhar se isso não fosse no Championship Manager a história era diferente…Eu sei que fui eu que dei o impulso naquele Setembro de 1979 para que o Porto a partir dai conquistasse o mundo. E não adianta contradizer-me porque a minha racionalidade no que diz respeito ao futebol mantem-se intacta desde aquele zero a zero em pleno estádio da Luz.

Crónica de João Pinto Costa
A minha vida dava uma crónica