Passos Coelho tem, pelos vistos, muito pouca sorte a escolher ministros. Tem uma ministra que dizia nada ter a ver com os swaps mas que, veio a provar-se mais tarde, de alguns foi co-autora, enquanto administradora da Refer. Tem um vice-Primeiro-Ministro (e ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros) que decidiu demitir-se, disse que a decisão era irrevogável, mas voltou. E tem agora um Ministro dos Negócios Estrangeiros que, primeiro, garantiu por escrito à Assembleia da República nunca ter sido accionista da SLN/BPN mas veio a saber-se que foi; depois, garantiu na rádio nacional de Angola que a Procuradora Geral da República lhe tinha garantido que o processo que envolve dirigentes angolanos não ia dar em nada e pediu desculpa por o processo existir (pois não estava ao seu alcance terminá-lo), para depois dizer em comunicado que nunca perguntou nada à Procuradora Geral nem nada lhe foi informado pela mesma sobre o assunto.
Mas para o Sr. Coelho e para o Sr. Silva – para quem um défice de 90% do PIB com Sócrates não podia ser, mas com um de 140% de Passos Coelho estamos todos a ser dramáticos quando pensamos num segundo resgate (os números não são meus, vi em blogs na web, nem tive tempo de confirmar, mas para o efeito basta pensar que o défice aumentou) – são apenas lapsos e falhas de comunicação. Um Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros ignorar um principio basilar do Estado de Direito, como é a divisão dos poderes, dando a entender que o Governo cancelaria um processo judicial se pudesse, é um mero lapso para o Governo.
É tanta trapalhada junta que só envergonha o país e os portugueses. E se perguntarem, muitos poucos dizem ter votado em Cavaco ou em Passos. Mas eles foram eleitos. Deve ter sido por obra do Espírito Santo.
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