Os Homens e a Jetrossexualidade – André Marques

Acho indefinível piada ao descanso. Não sou entusiástico, confesso. Por outro prisma, seguro a sorte de ter brotado com a Literatura a correr-me pelas veias.

Subjuga-me o desconhecido e a descoberta de novas moralidades, de novos assuntos, de novas abalroações. Desavindas, de preferência.

Corria o ano de 2006 quando a CNN (Cable News Network) sobressaiu com uma notícia que deixou os homens – e não só – em alvoroço. Tumulto. Estou a falar da Jetrossexualidade. Depois de esmiuçada a metrossexualidade, as bichas e afins. Eis o novo conceito.

A Jetrossexualidade é uma criação absurdamente humorada da companhia aérea Inglesa Virgin Atlantic Airways para pintar homens e mulheres de negócios que voam para decidir o futuro das empresas em que trabalham.

O termo sensação depreende tanto homens como mulheres, cujo costume é relancear o mundo em trabalho. É um tipo de pessoa que procura o luxo e o glamour. Como um Henry Graves´Supercomplication. Como um Bugatti Veyron Supersport. Como um Clive Christian. Ou um Paco Rabanne. É um tipo de homem que idolatra as abordagens inovadoras e as novas tecnologias. São animosos empreendedores e considerados os Rock Stars das empresas imponentes, além de enlevarem e divulgarem a cultura dos diversos locais por onde viajam. E há viagens que só se realizam uma vez na vida. Para um exímio Jetrossexual, deslocar-se a Tóquio para uma reunião e voltar logo de seguida, é uma coisa perfeitamente natural. Como ir à Sibéria tomar um café depois de almoço. Ao mesmo tempo que andam sobre as nuvens em trabalho dão um avanço significativo na cultura. Concordo. Concordo plenamente. Não prejudicam o ambiente nem causam distúrbios sociais. Há os viciados em droga. E há os viciados em trabalho. Mais propriamente em viagens de negócios. Esqueçam os viciados em droga. Esses têm marca própria no Casal Ventoso, e as únicas viagens que realizam é até ao Martim Moniz para mais uma dose. E a pé.

Segundo o vice-presidente de vendas e marketing da América do Norte, Chris Rossi “ Os Jetrossexuais são empreendedores, pessoas que levam o mundo para a frente e absorvem e divulgam a cultura dos países por onde viajam “. Simples. Por outro lado, a Virgin, para inteirar a ação criou 11 mandamentos que fortalecem a intensificação de um Jetrossexual. Entre inúmeras coisas, o homem sensação é capaz de levar roupa para uma semana numa mala de mão, possui no passaporte o carimbo de pelo menos um país que mudou de identificação, e é capaz de pedir cerveja em seis idiomas diferentes. Beer. Cerveza. Bière. Pintje. Bier. Beera.

Dito isto, o homem-macho tem definitivamente os dias contados pelos dedos. Pelas unhas. Pelo sabugo. Os homens já não se querem descalços, porcos, feios e maus. Os mais devaneadores consideram este tipo de homens os Backstreet Boys dos anos 90, os madeixas loiras, os tipos que usam sapatos de vela para sair à noite, os anoréticos pendurados em pés 43, os Ambrísios, os Domingos, os Orlandos, os Helderes, os Merdalinos ou os Jovenaldos. No fundo, a gentalha a quem tudo é permitido sem restrições. Acabou. Os homens querem-se de cabelo lavado, de unhas cortadas, de imagem cuidada. E muitas outras coisas permitidas.

Os novos consumidores seguem os modelos Metrossexual, Ubersexual e Jetrossexual, alterando a moralidade tradicional do homem grilhão. Um estudo recente considera os três termos fundamentais para as empresas dirigirem a sua comunicação e marketing.

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Crónicas Improváveis
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