Piódão, Uma Paragem Obrigatória

Há muito que se avistam placas com “Piódão” escrito, mas parece que nunca mais chegamos… Subimos, subimos, e voltamos a subir, num caminho sinuoso que parece não ter fim. Mas eis que lá do alto se avista ao fundo, bem lá no fundo o destino, e perto, cada vez mais perto, torna-se numa agradável surpresa. Bem-vindos ao Piódão.

“Vá para fora cá dentro”, esta frase faz-me tanto sentido. Precisamos de parar e olhar o nosso país com olhos de turista. Muitas vezes a maior das belezas está mesmo ao dobrar da esquina e não damos por ela porque vamos com a cabeça no trabalho, nos filhos, na escola ou simplesmente na lua.

Verdade seja dita, é difícil desligar não é? E difícil será também para alguns poupar dinheiro para umas mini-férias. Mas se tiver oportunidade, vá. E comece cá dentro, explore o seu país.

Fotografia da autoria de Margarida Gaspar.

Já foi até ao Piódão? Se sim, por certo que apenas terá boas recordações, se ainda não foi, deve considerar fazê-lo.

O Piódão é uma pequena e emblemática aldeia com casas de xisto, escondida na encosta de um vale da Serra do Açor, no concelho de Arganil, que pertence ao distrito de Coimbra. À data dos últimos censos tinha pouco mais de 170 habitantes.

É bonita na sua pequenez porque a simplicidade concede-lhe valor. As suas gentes são puras bem como a água, límpida, fresca e cristalina que encontramos a correr pelas ruas ou nas fontes públicas. Dominam a arte de bem receber. Há sempre mais um licor para provar, um queijo ou broa para degustação. Ninguém sai de lá de barriga vazia ou mal-humorado.

O que há para ver? Apesar da aldeia ser pequenina, cada recanto se torna uma admirável surpresa pela construção das casas, e a paisagem é extasiante.

Além disso, pode visitar a igreja matriz, a capela de são pedro (o padroeiro da aldeia), a capela das almas e o museu, onde vai ficar a conhecer melhor a história do Piódão, tradições e histórias.

Fotografia da autoria de Bruno Neves.

Embora o caminho para lá chegar possa ser complicado e um desafio para alguns carros, autocarros e afins, acredite que tudo isso se desvanece quando dá de caras com aquele pequeno paraíso.

A par de tudo, aquele cantinho é especial para mim, porque por entre aquelas gentes há sangue do meu: tios, primos e outrora, o meu avô paterno.

Depois de tudo isto, é claro que sou suspeita mas, vá por mim, e conheça o que de especial há neste cantinho bem português.

Voltamos a encontrar-nos em breve, por entre linhas e sorrisos,
Margarida Gaspar