Poesia de Domingo – Patrícia Marques

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Lembras-te quando recordávamos
as questões derivadas; aquelas que chegavam
ao pensamento e reivindicavam as notas,
ideais a serem escritos por alguém, de escrita
segura, pelo modo eloquente?
Tanta coisa
acabada pelas três linhas estreitas do teu
cabelo que se abandonou no meu regaço.
Preparava-me para sair, limitava-me ao que
preenchia o meu olhar de razões inevitáveis,
como o meu respirar; de que valeu…
a vida como um dói másculo foi sintetizando
records em remedeios e deixares –andar.

Lembras-te?
Na diferença resolvia-se a o palpitar
da noite; e da mesma diferença se fazia
nascer a busca pela nomenclatura ideal
ao abandono, ao resto que sabemos dele,
aos cruzares específicos de quem fica a
tabular vezes a mais – um verso engraçado,
ou a categoria despejada em soluços de gratidão.

Regalo do preto que te tinha dado…
um suspiro e um piso descurado da branquidão
raspada à minha ilusão de conforto.

Um dia ouvi passar a ferro; no outro já vi o
a roupa passada e guardada. No outro dia,
para meu espanto, respirei o ar mais límpido,
piedoso e paciente, que alguma vez respirara…
mais límpido –ensejo do desabrochar remendado
pela ilação; mais piedoso – de cair do céu em rotas de
brisas brancas; mais paciente – o encantar da espera,
e do conseguimento de quem somos
juntos.

E o que somos juntos?

Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol
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