Por estes dias irei afivelar a melhor das minhas máscaras.
Irei cozinhar os sabores da minha memória.
Sorrirei. Jamais serão os mesmos.
Lembrarei os que partiram. Sem lágrimas. Com afecto. Como eles gostariam.
Discutirei, impreterivelmente, com o meu marido.
Porque não lhe acho o espírito “suficientemente” natalício.
(Reflexo, em espelho, de mim mesma.)
Ele não dirá nada. Abraçar-me-á. Porque as coisas são como são.
Irei arrepender-me de ser tão “picuinhas”.
Não pedirei desculpas. Porque não é do meu feitio.
As filhas (tão crescidas) rasgarão papéis de embrulho. Sempre. Como sempre.
A sobrinha perguntará (mil vezes) se tenho a CERTEZA que o Pai Natal virá.
Dir-lhe-ei que sim. Que já o avisei onde é. Ele não se enganará na morada.
O sobrinho abanará a cabeça, incrédulo, perante tanta ingenuidade.
Logo ele, que reconheceu o Pai Natal pelas mãos.
(Nesse ano esqueci-me de calçar luvas.)
Os meu pais não ficarão para a ceia. Gostam de se deitar cedo.
Pensarei (mais uma vez) que será o seu último Natal.
(Deus é generoso comigo. Em cada Natal prova-ME errada.)
Direi “obrigada” com uma piscadela de olho.
E.
Silenciosamente deixar-me-ei adormecer.
A minha casa cheia de risos.
Barulhos.
Paz.
Crónica de Telma Henriques
1001 teorias para ler antes de morrer
Olá Telma!
Adorei a sua crónica. Desejo-lhe um Santo Natal.
Laura Paiva
Olá Laura!
muito obrigada.
Para si e para os que mais ama também um
Feliz Natal!