Quinta-feira, dia 1 de Novembro de 2012, último feriado nacional do dia dos fieis (infeliz coincidencia ou talvez não), dei por mim a pensar: “Porque é que não morri ontem?”.
A minha alma foi assombrada por este poder negativo,provavelmente contagioso, depois de ver as noticias do dia.
Digamos que, a meia-de-leite e o pãozinho com manteiga logo pela manhã ja não escorregaram direito pela garganta abaixo depois de ler o cabeçalho do jornal: “70% dos funerais já são a crédito.”.
Mas foi na hora de almoço que a notícia me provocou enjoos e tonturas: “Cortados os subsidios por morte…”.
Avaliando bem a situação, isto significa que qualquer pessoa comum, embrenhada por esta crise, se tiver o azar de falecer, morrer, bater as botas, ir desta para melhor, bater a putifarra, passar para o outro lado, ir para o além, ir para debaixo da terra, terá obrigatoriamente que pagar o seu funeral em suaves e requintadas prestações , ou melhor, a sua familia e/ou amigos porque a falecida (o) já estará nos anjinhos.
As actividades funebres são muito dispendiosas, a missa, o caixão especial de corrida, a campa com as melhores flores num lugar bem catito do cemitério,etc e tal. Mesmo o funeral mais baratito fica uma nota, tendo em conta que a maior parte dos portugueses encontra-se à rasca de tostões. Esta é a altura apropriada para um novo slogan português : Não há dinheiro para comer, muito menos para morrer!
Só rezo (!!!) para que pelo menos morra um familiar de cada vez, ja pensaram na despesa de dois funerais? chiça! Morria de ataque fulminante e passava a três funerais.
Já consigo imaginar os hipermercados com super promoções: O seu familiar morreu? Não chore mais! Tem 50% de deconto no funeral em cartão continente. Ou ainda, venha ao Jumbo, quem morrer de 3 a 5 de Novembro, oferecemos as velas e as flores.
Concluo diante desta visão fantasmagorica que mais valia ter morrido ontem, porque assim eu teria a certeza que os pesames da minha familia e amigos seriam mesmo saudosos e sinceros, e assim fico na dúvida, se não serão lagrimas porque não têm guito para pagar o meu velorio.
Esta frase nunca fez tanto sentido como agora, vamos desta para melhor!
Crónica de Sandra Castro
Ashram Portuense
Ahahahahah!farta m rir q é pa n xorar msm!enfim em q mundo estams!ja nao s pod morrer!;-);-);-);- excelente
Um bom tema, para este mês. Um pouco de humor negro, diz bem com a época e política que grassa neste país. Parabéns!
Parabéns Sandra, muito bem escrito e este tema não é fácil, é pena mas é bem verdade tudo que diz… Com a crise é melhor não morrer já LooL:
Não basta a tristeza de ter perdido alguém que nos amamos quanto mais não ter dinheiro para o funeral, é horrível.
um artigo difícil mas escrito com humor, muito bem…. beijinhos
O pior não é morrer. É não poder espantar as moscas.lol
O pior não é morrer. É não poder espantar as moscas. lol
Sandrinha, Parabéns !
Muito oportuna esta crónica que demonstra a porra da vida que a maioria de nós tem.
Mas,o que vale é que ainda há locais onde se toma o melhor pequeno almoço do mundo, onde a meia de leite e o pãozinho com manteiga nos escorregam direitinho pela garganta abaixo e, até nos faz esquecer o cabeçalho do jornal .
Focando o tema dos piropos, direi que este é um piropo dos clientes que têm a feliz oportunidade de serem atendidos ao pequeno almoço por simpáticos profissionais no começo de cada dia, contribuindo desta maneira para que o dia comece bem .
Continua Sandrinha !