Portugal (in) Justiça

“A Igreja Católica aceitou renunciar a dois feriados religiosos, caso o Governo renuncie também a dois feriados civis. “Esta é a condição”…
“…suprir um feriado “não é uma varinha mágica que resolva os problemas da economia nacional”. Mas “pode ser um sinal de que há que colaborar com trabalho, criatividade e evitar os excessos, o desleixo, a desmotivação, e o pensar que os outros resolvam o que deve ser resolvido por todos”.

Que raio de afirmações são estas proferidas pelo porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa???


Já não chega os portugueses terem de levar com os cortes orçamentais, tirando-lhes parte do subsídio de natal e posteriormente o subsídio de férias?
Querem agora também suprir feriados que há muito já estamos habituados a tê-los ???. Ainda por cima andam em joguinhos de negociações…
Um feriado não é uma varinha mágica, mas ajuda ao descanso de muitas pessoas que têm trabalho árduo e que é seu por direito.
Esta “gente” (Estado e Religião) acha que vai conseguir criar mais trabalho (não sei bem como, pois o desemprego está em alta), motivação e criatividade (a pensar como matar o tempo quando não apetece trabalhar) aumentando mais dias de trabalho. Já para não falar no aumento de horas que tanto transtorno vai causar a muita boa gente que tem de, por exemplo, ir buscar os filhos aos infantários e têm horas para isso, pois os funcionários dos infantários não têm de estar à espera dos encarregados de educação até à hora que eles puderem chegar. Que eu saiba todas as pessoas têm vida própria / particular, não é só vida profissional…
“… e o pensar que os outros resolvam o que deve ser resolvido por todos”, mas que tenho eu de resolver pelos outros? Eu cumpro as leis, pago os meus impostos, cumpro as minhas obrigações e ainda tenho de resolver os problemas que os “chefões” criam no país?
Senhores Doutores, Engenheiros, Arquitectos… (ou outra “denominação” que queiram ter – pois nem todos têm canudo na mão, só os que o tiram ao Domingo!) nós não podemos fugir do país, não temos dinheiro para isso, temos de resolver as nossas dificuldades, por isso façam o mesmo, não atirem a batata quente para os outros, deixem-se de mordomias e arranjem soluções, mas sem prejudicar ninguém.

Caso estejam com falta de ideias, eu dou-vos pelo menos uma: peçam ajuda à Igreja, pois esta em vez que gastar dinheiro em imagens de Santos em ouro ou em outro “material” caro, em vez de construírem igrejas monumentais só por causa do turismo / comércio, podem muito bem contribuir para ajudar o país. A crença e a fé das pessoas quando verdadeiras, não precisam de grandes “alaridos” para rezar e acreditar na ajuda que os nossos Santinhos nos dão. Precisam sim de algo “verdadeiro”, simples, significativo e com harmonia e paz. – Mas este tema poderá ser para uma outra crónica.
Por isso, parem de “chacotear” os portugueses com as vossas medidas drásticas, que já não estamos na era da escravatura e prestem atenção ao vosso trabalho, porque há muita gente a receber sem trabalhar. Isso sim, é drástico.