Publicidade, sempre uma boa história – Marco Aurélio Cidade

É certo que se você não estiver o tempo todo dizendo “Ei, estou aqui, já me conhece?” ninguém vai lhe ver, ninguém vai se lembrar de você, ou seja, o quero dizer com isso é que é importante anunciar sempre para que possa vender bem os produtos ou serviços que colocar disponíveis no mercado.

Pequenas e médias empresas sempre têm a mesma velha frase pronta, ” em épocas de crise é importante cortar gorduras”, ou outra, “a melhor propaganda é o boca a boca”.

Em primeiro lugar propaganda, ou publicidade, como queira, não é e nunca foi gordura, mas sim, necessidade, principalmente em tempos não de crise, mas de comoditização, ou seja, uma gama enorme de produtos similares, mas de marcas diferentes, cada um querendo chamar a sua atenção. E propaganda boca a boca, ou passa palavra, como queira também, é importante sim, mas não informa e nem mostra da maneira que deve mostrar e informar.

Para isso isso existe a publicidade; para mostrar e para informar corretamente sobre produtos, serviços ou ideias, apresentando ao consumidor algo que deverá lhe interessar.

Ah, e outra coisa: publicidade não vende nada. Nunca vendeu e nem nunca venderá. Publicidade serve apenas e tão somente para informar sobre algo que alguém tem intenção ou precisa vender para alguém que tem intenção ou precisa comprar. Isso é feito através de uma estratégia de marketing, que também não vende nada, ao contrário do que muitos pensam, e o que é pior, insistem em dizer que vende. Marketing é uma ferramenta de apoio às vendas. É uma ciência que estuda o comportamento do consumidor, tendências de consumo, necessidades de mercado e etc., etc., etc. para que, juntando e estudando essas informações, defina a melhor maneira de informar sobre algo que se propõe vender.

O que faz com que alguém compre um produto, serviço ou ideia é a simpatia que cria ou vantagem que veja nele, após ser informado devidamente a seu respeito. O que vende é qualidade, preço, disponibilidade dos pontos de venda, entrega (se for este o caso) e, obviamente, a satisfação pelo resultado de uso. Isso é que vende algo, e não publicidade ou marketing.

E a publicidade é uma forma muito interessante de vendermos alguma coisa , pois nos dá a oportunidade de fazer isso contando uma história, que não necessáriamente é mentira ou propaganda enganosa, como muitas pessoas insistem em dizer e até a aborrecer os órgãos de fiscalização da publicidade (cada país tem o seu) com denúncias, prejudicando, ou melhor, tentando prejudicar empresas que se propõem a divulgar seus produtos com histórias interessantes, mas não mentirosas.

Pior, muito pior, são algumas histórias que contam para as crianças e que as aterroriza ou traumatiza tal como a do famoso “velho do saco”. Ninguém vai mudar o comportamento por causa do velho do saco. Ninguém vai ser mais obediente por se sentir ameaçado por uma história absurda. Os reflexos aparecerão mais tarde. Bem mais tarde.

A propaganda, ou publicidade, como queira, é a arte de, através de uma boa história, apresentar algo para que alguém se interesse e compre. Simples assim. Aproveitando essa bela oportunidade, a de fazer publicidade contando histórias, o IADE debaterá no próximo dia treze, pelas 19:00h, a semelhança entre escrever um anúncio e escrever um livro. Quem estará lá falando sobre o assunto é Edson Athayde, publicitário reconhecido e que se dedica atualmente à escrita. O IADE fica na Av. D. Carlos I 4, 1200-649 Lisboa.


Crónica de Marco Aurélio Cidade
(publicitário, redator escritor e professor)
ADVERTISING TODAY
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