Há muitos textos pela Internet que podem indiciar que, quem mais ganha com esta situação de crise são os bancos. Eu creio que, em geral (e a nível mundial), posso concordar. Mas, serão só eles?
Há várias fontes que dizem que a presidente Dilma, ainda no tempo de José Sócrates disse que o Brasil estaria pronto a ajudar Portugal, se necessário. A Alemanha recusou a ideia. Disse que teria de ser uma situação resolvida na Europa, pela Europa. Quem ganha, afinal com isto? Está bom de ver que ganha a própria Alemanha. Porquê? Porque um país em crise – e enquanto estiver a recuperar dela – permanece na necessidade de depender da ajuda externa dos maiores do velho continente, mantendo a sua soberania limitada, em beneficio dos mesmos. Quem são esses maiores? São os mesmos que beneficiaram com a desindustrialização e morte do sector primário no nosso país. Alemanha e França foram dos mais beneficiados pela PAC (entre outros acordos europeus) que o nosso então primeiro ministro e agora presidente assinou. E andou a pagar para se destruírem barcos e plantações, para agora, depois de tantos anos, dizer que temos de produzir mais. Deve se ter esquecido.
Mas deixemos pensamentos macroeconómicos e pensemos agora a nível local, microeconómico. Eu não creio que a culpa de tanta empresa fechar tenha a ver apenas e só com a crise. Acho que todos nós conhecemos casos de empresas mal geridas cuja crise foi só a gota de água que fez transbordar o copo. E outras tantas estarão eventual e infelizmente para fechar pelos mesmos motivos. Fortalecer a empresa, torná-la forte, criar uma base que permita pagar – primeiro – aos funcionários, mantendo-os motivados a trabalhar, -depois – as contas mais urgentes e/ou inadiáveis e só depois investir, calculando muito bem o risco, só os grandes gestores, os mais competentes o fazem. O pior é que há muita “chico esperteza” por aí. E esses também lucram com a crise. Porque é fácil, nesta altura, quando uma empresa fecha, por-se a culpa na crise. Se a frase “é para quem sabe e não para quem pensa que sabe” correspondesse à realidade…
Crónica de João Cerveira
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