Sendo a mais votada pelo público para sair, Cátia despede-se do público

Recordar o BB VIP 2013 – Rogério Medeiros

Sendo a mais votada pelo público para sair, Cátia despede-se do públicoO facto de o último Big Brother «pseudo» VIP já ter terminado há quase dois meses (na noite de 21 para 22 de Julho), não nos deve fazer esquecer as muitas cenas que lá tiveram lugar e que, embora nos divertissem, eram puramente «silly really». Um reality show que mostrava a realidade quotidiana de uma dezena de individualidades, em todas as suas idiossincrasias, taras e neuroses, potenciadas mais ainda pelas circunstâncias de estarem fechadas 24 horas por dia numa casa. Contexto explorado pela produção do programa de modo a captar e a mostrar ao público o mais caricato, ridículo, paranóico e tumultuoso, de cada dia e de cada concorrente.

Eu próprio me sentava ao serão a ver o compacto do dia anterior (não do próprio, porque esse passava mais tarde) e gostava, relaxava um pouco, sentia-me um pouco menos estúpido perante a estupidez posta a nu dos outros, adorava os momentos de fricção e acusações, etc.

Se se recordam, o dia de Santo António não passou despercebido. Cada mulher teve de conquistar um homem da casa. Como seria de esperar, estiveram em jogo as duplas Kelly/Pedro e Mafalda/Kapinha. Fanny e Cátia fizeram parelha, piscando o olho à comunidade homossexual. Francisco desfilou ao lado da cadela.

As provas desse dia consistiram em comer a maior quantidade de pipocas e algodão doce no tempo estipulado, ou seja, alarvemente. Outra prova consistiu em avaliar quem mais tempo aguentaria de pé sobre o pódio.

O momento de maior tensão é aquele em que Tino afirma: «Não quero ser amigo da Fanny». Esta ouviu, explodiu e prometeu fazer-lhe a vida negra.

No domingo seguinte, como sempre é favorável às audiências, o Tino e a filha Catarina reencontram-se finalmente. Intermináveis foram os soluços e fungadelas de Fanny enquanto esteve a falar com a mãe e mesmo já depois do telefonema. Parecia não haver lenços de papel brancos, que estancassem semelhante descarga emotiva.

Nesta gala, com Mafalda, Kapinha, Kátia e Edmundo na guilhotina, calhou perder a oportunidade de ficar mais uns tempos na casa a este último.

Na semana seguinte, a 18 de Junho, o BB ia na sua nona semana e 59º dia de carcereiro. Era verdade. A aventura estava prestes a acabar. Mais uma prova que demonstra o nível de competências exigido aos concorrentes é estes terem de transferir, chupando, ervilhas de um recipiente para outro.

Nesta altura, sabemos como os candidatos estão constantemente a trocar entre a casa e o barracão, o que tem grandes implicações a nível emocional, devido às ligações mais fortes que mantêm com este ou aquele colega.

A 23 de Junho, domingo, Kelly recebe um vídeo com gravações do sobrinho e Kapinha (sim, o ex-D’Arrasar que passava os minutos do dia a pedir desculpa e a tentar agradar às velhinhas e menos velhinhas de entre o público, qual filho mais velho ou neto que todas gostariam de adotar) pôde finalmente abraçar a mãe e inclusivamente beijá-la na boca. Fátima Lopes e Manuel Melo são as estrelas da TVI que abrilhantam a noite.

O pai da Fanny esteve em direto ao telefone da Suíça e o Francisco, a partir da plateia, teve de garantir para o país e para o mundo que não estava apaixonado pela Fanny.

Mas o que nos fez ver de novo a Fanny em soluços destroçada (a quem nem os abraços dos colegas sossegavam), foi a saída da Cátia, que reuniu uns esmagadores 72% de votos.

De semana para semana, de gala para gala, as peripécias sucederam-se. Estes personagens divertiram-nos e emocionaram-nos, fizeram vibrar-nos, torcer por eles, e falar da sua performance, quer no trabalho, quer entre amigos, no café, ou em família.

Dito isto, não sofro de ansiedade relativamente a uma próxima Casa dos Segredos, em cujo formato de programa seria praticamente um debutante espetador.

Até para a semana.

Rogério MedeirosLogoCrónica de Rogério Medeiros
O Pequeno e o Grande ecrã