Sonho, Liberdade e Comunicação – Patrícia Marques

Lembro-me quando meus sonhos eram de ninar. Sonhos cor de rosa, e além mar, que me envolviam em pequenos círculos brancos que ora vinham com a água, ora deixavam sua espuma no areal molhado. Esses eram os sonhos de uma criança que vivia todos os dias com a esperança do que viria no dia de amanhã. A esperança é a palavra simbólica da fé no mundo. Ter esperança é crer que o mundo ainda tem qualquer coisa para nós e ainda está decidido em nos surpreender. Quando não existe esperança, o mundo foi levado para outro regaço que não o nosso e aparenta que nele não vivemos nem coexistimos.

A liberdade do pensamento é escrito pela execução da comunicação. Comunicar é revelar, extrair da experiência um segundo momento consciente, em que já estivemos debruçados para pensar sobre o mesmo. Comunicar é levar a personalidade a algum lugar, passeá-la como se fosse a menina dos nossos olhos e quisesse ver, aprender, saber de algo e ainda assim ser ela mesma. No entanto, e dentro da mesma ideia, comunicar implica que os nossos sentidos estejam equilibrados para tal, equilibrados para criar, viver e receber comunicação. A reciprocidade no processo da comunicação é imprescindível. Ela implica empatia de contexto no ato de comunicar.

Quando insistimos na leveza de ser aparentemente o que somos, e temos esperança, certamente é sinal de que comunicámos com eficiência. Comunicámos em algum sentido. Dizemos, Vivemos, Criamos nossas ilusões mas executámo-las com a ideia excelente de as fazermos comunicar da melhor maneira possível ou da forma como sabemos. Temos o feedback do mundo já que acreditamos que a esperança erradica os males interiores, ou pequenos substratos mesquinhos que fazem de medo à nossa personalidade e não a deixa vencer e levar…

Enxertámos comunicações e adiantámos os sorrisos que deprimem nosso sofrimento e o levam para o lado extraordinário que fica do lado de lá do mundo. E do lado de cá, os rubores advêm da experiência e boa vivência; sacudimos a cabelo e saem trevos de quatro folhas aos molhos, deslizando até ao nosso chão, onde todo o ser espiritual denomina como sendo o solo sagrado.

Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol