Sonhos Lúcidos – Ouvi Dizer

Ainda não há muitos dias um amigo perguntou-me se eu já tinha tido um sonho lúcido. Obviamente não respondi directamente à pergunta porque estava na ignorância. Nunca tinha ouvido falar em semelhante e como tal não podia afirmar se o tive ou não.  A explicação que ele me deu foi qualquer coisa como “são sonhos que tens consciente que os estás a ter” e disse-me que ia tentar ter um pois havia maneira de o conseguir “só tens de te deitar e ficar quieta para o teu cérebro pensar que vais dormir e começar a sonhar mas não chegas a adormecer”.

Não sei se isto era apenas estúpido ou brilhante. No mínimo assustador. Lembro-me bastante bem de uma noite em que me “apercebi” que estava a adormecer, ou seja, eu estava consciente que estava a “apagar” para dormir. Claro que me sobressaltei e primeiro que adormecesse depois foi um dia de juízo. Ou então, daquela vez que quase me engasguei com a minha baba (sim, senhoras e senhores, babo-me a dormir, é uma tristeza) e claro que depois para adormecer levei imenso tempo. Ou ainda uma noite em que subtilmente acordo, abro os olhos, pois senti uma sensação de eterno relaxe, viro-me para o outro lado e adormeço outra vez. Coisas estranhas, vá (eu sou estranha, não engano ninguém)!

E agora, vem este caramelo dizer-me para eu controlar o sonho que eu ia” gostar muito e que era uma cena mesmo fixe”. NÃO! Era o que me apetecia dizer-lhe. Gosto muito de dormir e ter os meus sonhos normais, como todas as outras pessoas normais, acordar sem me lembrar de nada e sobrando apenas o sentimento que o sonho me passou. Se puder ser um bom sentimento tanto melhor.

Estive recentemente a ler sobre sonhos lúcidos e chego à conclusão de facilmente as pessoas confundem a definição de sonhos lúcidos com sonhos que nos pareceram muito reais. O sonho lúcido é quando “sonhamos enquanto sabemos que estamos a sonhar”, é quando temos uma “percepção consciente de um determinado estado ou condição enquanto sonhamos, resultando numa experiência da qual temos uma recordação muito clara  (“lúcida”) e nítida, normalmente aparentando termos tido controlo e capacidade directa sobre nossas acções e, algumas vezes, o próprio desenrolar do conteúdo do sonho”.

No sonho que nos parece real, apenas temos a recordação parcial do sonho, do que nos fez sentir e podemos até experimentar sensações físicas como dores se tivermos feito esforço durante o sonho. É diferente. (não é?) Eu tive um sonho que me pareceu bastante real. O sentimento foi de desespero e angústia. Eu apenas corria e corria, sentia o suor e o coração a bater mais rápido. A minha respiração era acelerada e senti-me perdida. Quando acordei foi como se tivesse ido ao ginásio pela primeira vez. Que dores!

Crónica de Ema Naida
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