Um assobio ligou-nos ao satélite – Miguel Bessa Soares

Os adultos nos anos 80 eram pessoas despistadas por natureza. Neste despiste, alguém viu uma oportunidade de negócio (provavelmente vinda da China), e assim proliferaram durante alguns anos os porta chaves, que respondiam ao som de um assobio.

Especialistas das memórias, vão dizer-vos que esses porta chaves também respondiam ao bater de palmas, ou em derradeiro desespero a um bom berro, mas isso nem interessa para o assunto.A coisa funcionava, cumpria o que prometia, assobiava-se e ele respondia, respondia BipBipBipBip. Este som é também algo típico dos anos 80. Tudo o que fosse máquina respondia com um som que parecia o R2D2, nos momentos em que quase perdia a paciência com C3PO.
(Pequena nota neste ponto: se não sabe quem era R2D2 ou C3PO pode parar por aqui, claramente você não viveu nos anos 80, e esta crónica não é para si. Agradeço a visita, tente voltar para a semana.)

O que interessa no caso é examinar, a forma como um filho dos anos 80 viu isto, e algures no seu cérebro em crescimento, pensou: Espera lá, se esta gente é nova e já perde assim as coisas, mais alguns anos eles vão acabar por se perder a eles próprios.

Aliando isto as memórias que qualquer um de nós tem, da nossa mãe agarrada a um mapa de tamanho Aos berros no carro a dizer: Dionísio já te disse que estamos perdidos, deixa de ser orgulhoso e pára, para pedirmos indicações.

É fácil de entender, a razão pela qual um filho dos anos 80 criou o GPS.

Caso seja daqueles que por engano chegou aqui e pensou que isto era uma crónica cientifica, que dava dados históricos apurados, e principalmente se das pessoas que quer acreditar piamente que o GPS foi criado para fins militares…
Vá lá… pense bem.

MBSCrónica de Miguel Bessa Soares
Geração 80