Um presente envenenado 3/3 – Bruno Neves

Esta semana chega a terceira e última parte do conto “Um presente envenenado”. Espero que tenham gostado desta autêntica aventura.

Ela escutou com atenção e reconheceu o método de rapto como sendo o utilizado pela máfia turca. Sensibilizou-se com aquela história até que teve então uma ideia: o jornalista ia fazer-se passar por amigo do seu irmão e ela ia levá-lo à sede da máfia turca (o único local onde ela podia estar). A desculpa para ela o levar lá era o facto de ele ser um barão da droga português com negócios um pouco por toda a europa e que agora quer fazer negócio com a máfia turca.

Era impossível prever a probabilidade de sucesso deste plano mas ele só o podia aceitar. Teve uma sorte gigantesca até agora e se continuasse a ter a mesma sorte, esta viagem teria um final feliz.

O resto do encontro serviu para delinearem a estratégia e para que o plano fosse acertado até ao mais ínfimo detalhe. O resto desse dia foi todo para realizar uma mudança de visual. Afinal de contas o primeiro passo é sempre mudar de visual! Poucas horas passaram mas ele estava bem diferente.

No dia seguinte encontrou-se com a bela moça no hotel tal como no dia anterior, reviram o plano até ao mais ínfimo detalhe e depois dirigiram-se para o local que a jovem conhecia tão bem. Entraram sem problemas e por incrível que pareça todos acreditaram na história contada pela moça. Ele era agora um perigoso mafioso português com intenções de negociar com eles

E de repente surgiu uma oportunidade de negócio: curiosamente tinham raptado uma bela moça estrangeira e precisavam agora de tratar do resgate. Se ele conseguisse tratar deste caso podia entrar no negócio.

Obviamente que estavam a referir-se à sua namorada! Era esta a sua oportunidade de a salvar! Até que surge algo que determinou o fim deste caso: um dos mais novos membros da máfia turca estava em apuros e como tal precisava de ajuda urgentemente! Todos os presentes saíram deixando tudo entregue a um jovem, filho de um dos membros mais antigos, e que começava agora a entrar no negócio.

Aquela era a sua oportunidade para agir! Mais uma vez a sorte estava do seu lado! Conseguiu convencer o rapaz a mostrar-lhe onde estava a tal jovem estrangeira, era normal que a quisesse ver. O rapaz acedeu e levou-o à cave onde prontamente abriu a porta sem sequer fazer perguntas. Nesse momento, enquanto abria a porta, o jornalista pegou num ferro que encontrou pelo caminho e acertou-lhe em cheio na nuca. O rapaz era baixo e franzino, logo fácil de derrubar.


Nem ele mesmo acreditava no que tinha acabado de fazer mas o que é certo é que resultou! Pegou nas chaves e retirou as algemas à sua amada e depressa se encaminhou para a saída. Ela nem queria acreditar quando percebeu que estava a ser salva, ainda para mais pelo seu próprio namorado. Tinha centenas de perguntas para lhe fazer (a começar por aquele penteado horroroso) mas sabia que tinham de sair dali o mais rápido possível.

Um par de minutos depois já estavam fora daquele sítio imundo e mais um par de minutos depois já estavam dentro de um táxi a caminho do seu quarto de hotel. Apressaram-se a recolher todos os seus bens e dirigiram-se ao aeroporto de modo a saírem da Turquia o mais depressa possível. Nessa mesma noite já estavam de volta a Portugal na companhia da jovem que os tinha ajudado. Depois do que tinha feito por eles, e o mínimo que podiam fazer era pagar-lhe a viagem de volta para Portugal. Por vezes o tão aguardado descanso acontece no lugar mais óbvio: a nossa própria casa.

Já a desfrutar de umas verdadeiras férias, reviram todos os acontecimentos e ele contou-lhe toda a história. Ela ainda nem acreditava na coragem e na sorte que ele teve para a libertar do jugo opressor dos bandidos. Por entre tanto azar, temos sempre uma ponta de sorte e é bem verdade. Juraram nesse momento que as próximas férias seriam passadas em Portugal.

Boa semana.
Boas leituras.
Crónica de Bruno Neves
Desnecessariamente Complicado
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