Embora para muitos o Alentejo ainda seja apenas um sítio de passagem, ele é, cada vez mais, visto como um sítio que vale a pena explorar. As suas planícies, tantas vezes vistas apenas como sendo o celeiro de Portugal, têm na verdade recantos maravilhosos e místicos à espera de serem visitados. Afinal, que segredos se escondem no Alentejo?
As Praias

Quando se fala em praia a primeira coisa que vêm à cabeça da maioria é o Algarve, mas, na verdade, o Alentejo não lhe fica nada atrás. Na costa alentejana temos praias de água límpida, praias com e sem ondas, praias turísticas ou áreas mais reservadas.
Começamos por Alcácer do Sal, à beira do rio Sado, que contempla a Península de Tróia. Lá encontramos praias como Comporta, São Torpes, Tróia e Sol Tróia e as praias de Sines. São uma boa opção para quem quer fugir da confusão das terras algarvias, ou para quem procura algo diferente. Pode ainda observar os golfinhos, visitar a região e deliciar-se com alguns dos petiscos da zona. A não perder, sobretudo, os pratos de peixe.
Já pertencente ao distrito de Beja temos Odemira, mais uma região repleta de praias. Uma das zonas mais conhecidas é a de Vila Nova de Mil Fontes, banhada pela foz do rio mira. A esta segue-se Almograve, menos conhecido e, portanto, uma zona bem mais calma.
Vem depois a famosa Zambujeira do Mar, conhecida sobretudo por ser onde se realiza o Festival de verão, Sudoeste. Conta com praias como a Praia dos Alteirinhos, a Praia de Nossa Senhora e a Praia do Tonel. Em Odemira temos ainda várias outras.
São praias atrás de praias, todas diferentes entre si, capazes de agradar a todos os gostos.

A Natureza
Para além das paisagens alentejanas, temos o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, em Odemira. Este Parque Natural abrange algumas freguesias do distrito de Setúbal, do concelho de Odemira e ainda algumas do distrito de Faro e conta com uma fauna e flora únicas no nosso país.
Ainda dentro deste tema temos os chamados parques temáticos como o Badoca Safari Park, em Vila Nova de Santo André; o Monte Selvagem em Lavre; e o Fluviário, em Mora.
O Badoca Safari Park conta com mais de 90 hectares de terra onde habitam mais de 60 espécies de animais. Tem macacos, girafas, lémures, gnus, cabras, cangurus, burros, zebras e muitos, muitos outros. É sem dúvida um sítio agradável para passar um dia em família e dar a conhecer aos mais pequenos todas estas espécies animais.
Em Lavre, no concelho de Montemor-o-Novo, encontramos o Monte Selvagem. É uma reserva de biodiversidade animal, que conta com 60 espécies diferentes em 20 hectares e está aberto ao público de Fevereiro a Outubro.
Em Mora, diferenciando-se dos anteriores pelas espécies que contém, temos o Fluviário, o maior aquário de água doce da Europa. Nele ficamos a conhecer o habitat de água doce e as diversas espécies que nele habitam. Um dos seus maiores actrativos são as lontras-de-garra-pequena e as lontras europeias.

A história
Embora o Alentejo nada deixe a desejar o seu interesse histórico é, sem dúvida, o seu ponto de destaque.
Évora, a capital do Alto Alentejo, foi nomeada pela UNESCO em 1986 como Cidade Património Mundial. Neste distrito encontramos marcos de várias épocas da história da humanidade.
A 12 km da cidade de Évora em Nossa Senhora de Guadalupe, encontramos o Menir e os Cromeleques dos Almendres, o maior recinto megalítico da Península Ibérica e um dos mais importante da Europa. Conta com 95 monólitos de pedra e está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1974
De seguida, temos os castelos, outro dos importantes marcos para a história portuguesa. Embora alguns estejam claramente mais degradados, como o de Mourão, ou tenham um tamanho mais reduzido, outros há que dá gosto explorar.
Temos o castelo de Monsaraz onde a própria vila se insere, o Castelo da Rainha Santa Isabel em Estremoz, o de Vila Viçosa, Arraiolos, Montemor-o-Novo, Évoramonte, Marvão, entre muitos mais.
Na cidade capital do alto Alentejo temos o famoso Templo Romano, a Sé de Évora, a Igreja de São Francisco e logo ao lado a Capela dos Ossos, o Jardim Público e o Palácio de Dom Manuel, a Universidade de Évora, o Aqueduto da Água de Prata, as arcadas e a fonte da Praça do Giraldo…
O Templo Romano, conhecido erroneamente por Templo de Diana, situa-se num dos pontos altos da cidade e data do séc. I d.C. É provavelmente um dos monumentos mais conhecidos da cidade e, já que estamos na zona, porque não visitar o Museu de Évora, a Sé Catedral, a Biblioteca Pública (a mais antiga do país) ou o Jardim dos Namorados, com a sua fantástica vista sobre a cidade? Ficam todos mesmo ali ao lado.
Mais abaixo fica a Igreja de São Francisco, uma igreja do estilo gótico-manuelino reformada recentemente. Mesmo ao lado desta igreja encontramos a Capela dos Ossos, uma pequena capela cujas paredes estão repletas de ossos humanos desde o chão ao tecto. Foi contruída por monges franciscanos que pretendiam, não só resolver um problema de espaço, mas também mostrar a fragilidade da vida humana. Conta com mais de 5 mil esqueletos de monges e sobre o seu pórtico podemos ler “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”.
Ainda pertencente ao distrito de Évora, mas um pouco mais distante temos a Igreja de Nossa Senhora de Aires em Viana do Alentejo. Conta a lenda que, a sua construção estava planeada para outro local, mas todos os dias de manhã, quando os trabalhadores chegavam os materiais para a obra tinham sido mudados de sitio. Julgando-se ser essa a vontade da Santa, a Igreja acabou por ser construída no local onde os materiais eram encontrados e não no sítio inicialmente previsto. A Igreja acabou por se tornar um Santuário e, hoje em dia, reúne uma das maiores colecções de ex-votos do país.
Em Setúbal, temos os castelos de Alcácer do Sal e Santiago do Cacém e no distrito de Beja temos o castelo de Beja, o de Odemira, Aljustrel, Alvito, Moura, Serpa, entre outros.
Uma outra vila desta região que, sem dúvida, merece uma visita é Mértola, conhecida como Vila Museu pelo seu grande valor histórico. Além da própria vila vale a pena visitar o castelo de Mértola, o Parque Natural do Vale do Guadiana, a Basílica Paleocristã e o Pulo do Lobo.
E já que estamos ali tão perto, porque não dar um saltinho ao Alqueva, o maior lago artificial da Europa? Lá podemos ver a nova Aldeia da Luz com o seu Museu, a Aldeia da Estrela, que se viu rodeada pelo Guadiana com a subida das água, o paredão e a amieira.
O Alentejo em imagens














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