Boris Vian, pega num tema completamente fútil: a imagem e a preocupação de ser bonito. Acrescentando personagens desavergonhadas e vaidosas, para não falar, sedentas de sexo.
O narrador, Rocky Bailey, é o virgem que repudia totalmente o acto de fazer meninos e as tentativas de o fazer, quer manter-se casto até ao seu aniversário mas sem sucesso. Além disto tudo faz-se de burro que dói, revela um pouco da sua inteligência, mas ainda assim é algo embrutecido e usa uma linguagem vulgar.
No entanto, o autor dá uma bruta reviravolta a este policial.
Como género literario que é, tem tudo a que tem direito, mas!, sem querer envolve-nos numa questão filosófica que ainda é bastante actual.
A existência da beleza, da fealdade e a eterna idealização do nosso corpo.
Ao acabar de ler o livro a pergunta que nos fica (além de uma bruta chapada na boca) é:
“Afinal para quê?”
Em “Morte aos Feios”, Boris Vian conclui que não se pode exterminar os feios, sem eles, não haveria classificação de beleza e isto é tão simples e lógico que é de ficar atordoado.
Na verdade, a perfeição está na imperfeição do ser…
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