Aonde pára a polícia quando é preciso repor a ordem? Aonde pára a polícia quando vemos milhares de ingleses na rua num total desrespeito pelas leis deste país? Aonde pára a Polícia quando presenciamos amontoados de jovens bebendo álcool à porta dos estabelecimentos? Aonde pára a polícia quando os banhistas transitam livremente sem máscara nos acessos às praias? Aonde pára a polícia quando os donos dos estabelecimentos permitem aos clientes não usar máscara nem distanciamento? Aonde pára a polícia quando são permitidos festejos do futebol como em Lisboa, Braga, Vizela, etc? Aonde pára a polícia quando são agredidos jornalistas em funções como aconteceu em Braga após a vitória na Taça? Aonde pára a polícia quando deveriam prevenir comportamentos de risco ou eliminá-los, salvaguardando os cidadãos que cumprem regras sanitárias para ver se o quanto antes a epidemia vai embora? Aonde pára a polícia quando tanta gente já circula na rua com a máscara caída nos queixos, como fica o ânimo duma pessoa quando assiste a esse desleixo? Afinal de contas, aonde pára a polícia quando é preciso justificar aquilo para que serve?
E aonde param as “autoridades” deste país que não são chamadas obrigatoriamente a pronunciar-se? Aonde param os governantes para quem corre tudo sobre rodas? Nuns patins com rodas era vê-los a andar daqui para fora! Já! E aonde pára o Sr. Prof. Marcelo que inúmeras vezes elogia TODOS os cidadãos pelo desempenho e respeito das normas de segurança? E aonde pára o Sr. PM que olha para os portugueses cumpridores das regras e ri-se como se fossem uns palhaços ou os engana com discursos da treta como se fossem uns ursos? E aonde pára o Sr. secretário de estado do desporto que apelida de sucesso a vinda ao Porto de tantos insurretos e nem toca no que terá corrido mal na final da Champions, talvez receoso de o acusarem de ser politicamente incorreto? E aonde param os Srs. comissários da polícia para explicar à população o que entendem por dispositivo de segurança “apropriado à situação”? E aonde param os repórteres, jornalistas sem medo que deviam andar a cobrir e a denunciar estas irregularidades, pondo o dedo na ferida esfregando com sal até ela sarar? E roçando a mediocridade, aonde param os “especialistas” fenómenos de popularidade à custa da pandemia, que não reagem perante tanta gente junta a borrifar-se para as regras da DGS? E aonde param a Sra. ministra da saúde e a Sra. diretora geral da saúde, que desavergonhadamente não se calam com conselhos de retórica dirigidos aos portugueses via SMS, e acerca do comportamento dos estrangeiros que vieram à final no dragão, nada dizem?
Tanta hipocrisia junta dá que pensar, num Estado que se gaba da legislação em defesa dos direitos das minorias. Pelos vistos, a única minoria não protegida em Portugal, é aquela que com brio usa máscara e garante distanciamento social. Sim, minoria, porque infelizmente em número devem ser muito menos que grupos de outras raças, etnias, religiões, convicções, orientações sexuais, etc. Uma minoria maioritariamente nascida em Portugal mas que na sua própria terra se sente cada vez menos em casa.
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