20 mapas que nos deviam de ter ensinado na escola – Parte 2 – Bruno Neves

Esta semana trago-vos a segunda parte dos mapas que nos deviam de ter ensinado na escola. Este é um tema aparentemente simples, contudo se olhar atentamente para os mapas apresentados, quer na primeira quer nesta segunda parte, e ler nas entrelinhas vai perceber o quão profundas podem ser as conclusões daqui retiradas. É importante que olhe um pouco mais para além do óbvio, que não veja só aquilo que o mapa lhe apresenta em primeiro plano mas também para o que se encontra no horizonte.

Voltemos então aos mapas propriamente ditos. Aqui estão os restantes dez integrantes deste top 20.

11 – Mapa de bandeiras

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Se certos mapas nos trazem dados importantes e reveladores, outros há que existem apenas para nos divertir. Como é, claramente, este caso. No que às bandeiras diz respeito é curioso constatar que em quase todos os continentes as cores das bandeiras acabam por ser muito semelhantes às dos seus “vizinhos”. Reparem por instantes no continente africano: quase todos os países usam as mesmas cores, dominando claramente as cores verde, vermelho e amarelo. Na América do Sul domina também o amarelo enquanto que na América do Norte o vermelho e o branco estão em destaque. Na Europa salta à vista o vermelho, o azul e o amarelo e por fim na Ásia é impossível não reparar na gigantesca mancha vermelha, mas também no verde. Obviamente que esta resumida análise deixa de fora muitos países que fruto do seu reduzido tamanho escaparam ao meu (nosso) olho clínico.

12 – Locais onde o Google Street View está disponível

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Esta é outra das formas de constatarmos o domínio global da Google. Salta à vista a expansão brutal na América do Norte e na Europa e a escassa presença na América do Sul, África e Ásia. Não faltam de certeza muitos anos para que este serviço esteja disponível em todo o mundo, é apenas uma questão de tempo.

13 – Frequência de relâmpagos em todo o mundo

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Raros são os mapas onde nós, portugueses, nos podemos rir alarvemente dos restantes países. Esta é uma das poucas excepções. Falando agora um pouco mais a sério, é alarmante a quantidade de relâmpagos que certas áreas do globo sofrem. E a parte mais preocupante é o facto de pouco podermos fazer para mudar o rumo destes acontecimentos.

14 – Risco Global de Seca

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Se existe mapa que nos fica na memória e que nos preocupa é este com toda a certeza. Podemos falar o quanto quisermos das desigualdades existentes no mundo, mas nada o espelha tão bem como este mapa. Por enquanto nós, portugueses e europeus, estamos a salvo. Mas num futuro próximo podemos não estar. Aquelas manchas vermelhas assustam imenso não assustam?

15 – Mapa da vegetação do mundo

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Este é outro dos mapas onde sustemos a respiração e nos arrepiamos quando começamos a perceber a verdadeiramente dimensão do problema que é a destruição das florestas. Quanto à interpretação deste mapa digo-vos apenas o seguinte: comparem este mapa com o anterior e vejam se chegam a alguma conclusão.

16 – O Mapa Mundo de cabeça para baixo

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Eu sei, baralha imenso quando olhamos para ele a primeira vez. Mas não deixa de ser divertido imaginar como seria o mundo se esta fosse a sua real forma. Quanto a Portugal…boa sorte a tentar encontrar-nos no mapa. Dica: somos tão pequeninos que uma lupa é capaz de ajudar.

17 – Média de idades da primeira relação sexual

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Que me desculpem os leitores oriundos de outros países mas nunca um país pequeno pareceu tão grande. Sim, porque apesar do nosso reduzido tamanho este é o mapa onde parecemos maiores do que aquilo que realmente somos. Quinze anos? Isto é vai pra qui uma festa hein? Bolas, que daqui a pouco ainda estão as crianças na creche e já perderam a virgindade! Apesar do tom divertido a verdade é que esta é uma temática muito importante e cujas consequências nem sempre são encaradas com a seriedade que merecem. Por isso já sabem: brinquem à vontade, mas sempre com segurança. Previnam-se hoje para que amanhã não tenham de remediar.

18 – Mapa dos terramotos desde 1898

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Nota prévia: mais um mapa que nos é apresentado de forma ligeiramente diferente daquela a que estamos habituados, tenham especial atenção ao facto de que os pontos verdes não constituem os limites dos países. Mais uma vez fica provado o quão desequilibrado é o nosso planeta. Sendo novamente um pouco egoísta, a verdade é que não nos podemos queixar pois temos tido a sorte de passar ao lado das grandes catástrofes naturais. Esperemos assim continuar durante muitos e bons anos, para bem de todos nós e de tudo o que nos rodeia.

19 – Profissionais mais bem pagos nos Estados Unidos da América

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Por mais que possamos dizer que “o dinheiro não traz felicidade” a verdade é que ajuda bastante. E este é um belo mapa para vermos o quão influente é o futebol. De todos os estados norte-americanos apenas vinte não têm como profissão mais bem paga “treinador de futebol”. Mas não se esqueçam de um detalhe: “futebol” para eles não é o mesmo do que para nós.

20 – Rotas de aviões mais “ocupadas” do mundo

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Por último, mas não menos importante, mais um mapa que nos demonstra a grandeza dos países asiáticos. Apenas três das dez rotas mais “ocupadas” do mundo não têm lugar no sudoeste asiático. As excepções são “Rio de Janeiro – São Paulo” (está em terceiro lugar com 7,72 milhões de passageiros); “Melbourne – Sydney” (em quinto lugar com 6.94 milhões de passageiros) e em último lugar deste top “Cape Town – Joanesburgo” (com 4,41 milhões de passageiros). Escusado será dizer que estas rotas não vivem apenas de passageiros naturais das respectivas regiões, dado que o turismo tem um peso absolutamente gigantesco, contudo esse é um factor de extrema importância. Nota também para o facto de todas as rotas presentes neste top dez serem de distâncias relativamente curtas, algo que muito possivelmente, alguns dos leitores não esperavam.

E foi desta forma que fechámos este top 20 dos mapas que nos deviam de ter ensinado na escola. No fundo podemos dizer que estes mapas são um pouco como a vida: têm momentos sérios e divertidos, fazem-nos rir e por vezes fazem-nos chorar, e tanto damos por nós a viajar mentalmente para mil e um destinos como nos sentimos perdidos e sem saber para onde vamos. Espero que estes mapas sirvam para despertar o interesse dos leitores para certas temáticas muito sérias e importantes não só para o presente, mas acima de tudo para o futuro. Esta é a derradeira prova de que também é possível falar de assuntos bastante sérios e dramáticos usando uma linguagem simples e acessível e umas pitadas de humor.

Boa semana.
Boas leituras.

Crónica de Bruno Neves
Desnecessariamente Complicado
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