Nenhum Homem pede a atenção do cão.
Ninguém pede o amor dele.
Ninguém pede para, quando estamos tristes, deitar a cabeça sobre o nosso colo para nos mostrar que está ali, pronto para nos dar o seu carinho.
Ninguém lhe pede para saltar de alegria quando nos vê, para nos procurar quando não estamos, para chorar a nossa ausência.
Mas ele fá-lo. Sem pedir nada em troca. Dá-nos o seu amor sem exigir o mesmo em retorno.
No entanto, caracteriza-se o cão como um animal irracional que não se encontra à altura do ser humano. Mas quando erra, quando por medo, por precaução ou instinto ele se defende e mostra os dentes, é penalizado de forma pior do que um ser humano. Porquê?
Por que motivo, se não é considerado racional, é muito mais penalizado que um ser racional?
Quando um cão ataca, morde e fere não pensa “vou magoar-te” ou “vou matar-te”, contudo o seu ato é visto como tal e é condenado à “Pena de Morte”.
Quando um ser humano ataca e mata pensa naquilo que está a fazer.
Tem consciência da intensidade e gravidade do seu ato. Mas apenas é condenado a uma pena de prisão e “reabilitação” social.
Continuo sem perceber. Afinal o cão é irracional para podermos domesticá-lo mas racional o suficiente para poder condená-lo quando erra?
Considero uma traição denominar o cão o “Melhor Amigo do Homem” e este, por sua vez, abandoná-lo nos momentos menos bons, quando mais precisa que o amor que ele deu lhe seja devolvido, sem sequer lhe ser dada uma hipótese de reabilitação, uma segunda oportunidade para poder viver a sua vida.
Existem vários fatores que podem levar a um ato violento do animal e só entendendo esse fator poderemos ajudá-lo. “Cada caso é um caso”, termo mais utilizado na Psicologia…que pode muito bem ser aplicado na compreensão deste animal que tanto nos dá, de sua livre vontade, sem pedir grande coisa em troca. Apenas amor e carinho. Tão fácil de dar…
Crónica de Sabine Borges
Cada caso… é um caso
Olá Sabine!
Em primeiro lugar, bem vinda a este espaço de opinião!
Os meus parabéns pela sua estreia em que nos brinda com um tema, infelizmente, tão actual…
Concordo, inteiramente, com tudo o que diz – esta é também a minha opinião sobre esta grande polémica.
Continuação de boas crónicas e muito sucesso!
Boa tarde Laura!
Infelizmente, é de facto um tema muito actual e muito triste, que me toca particularmente. Tenho um cão e sei que farei sempre tudo para entendê-lo e tentar protegê-lo. É bom sentir o seu amor e isso vale tudo e faz com que ele mereça o meu melhor em retorno. Quem me dera não ser a única a pensar dessa forma.
Obrigada.