A aliança com o céu – Um Lugar ao Sol

Tenho um lugar ao sol.  As condições humanas contemplam o céu, o mar, o valor solarengo sobre todas as coisas que ora se movem, ora são estáticas. O detrimento da pedra que me seduza, deixará desfalecer um castanho subjugado pela cor principal.

Feixes de luz que se entrecruzam nas vitórias de madrigais bem dispostos por entre os cabelos bem longos, pretos, capazes de sujar a almofada na encruzilhada de belos cheiros e perfumes inconfundíveis.

Bálsamos repetidos do amor… «E quem te lavou os pés?»…É esta a sinfonia com que os anjos nos vão comovendo; são estados de espírito imediatos que vão sorrindo à nossa luz, à nossa paz interior. Contraria as tuas ansiedades e o teu stress, tomando consciência deles mesmos. O negro que se pode alcançar é um labirinto sem fim, onde vivemos numa estufa, sem ter a capacidade lúcida de olhar bem de perto a maior estrela de sempre…o sol.

As maravilhas da sobrevivência comum agarram-nos para fazermos delas oportunidades especiais.

«O que te incomóda dentro de ti? Quando fores ao caixote do lixo, não te esqueças de o deitar fora também…aquilo que mais te incomóda…»

Existe sempre algo que nos incomóda, pelo menos quando nos fazemos essa mesma pergunta. E é isso mesmo, a plasticina que nós podemos agarrar e utilizar para construir algo de incrível. Algo que até nós possámos dizer: «Uau!». Algo de superior!

No tempo em que estámos, Primavera florida, em que a economia escasseia e em que parece que já ninguém liga às premissas solidárias e sociais para com a NOSSA sociedade, todas as razões nos levam a libertar o pólen da intervenção: uma intervenção construtiva, embuída de sonhos e de esperança e onde se possam descrever gerações felizes com o seu Portugal com(paixão).

A admissão de épocas é somente um marco no tempo. O importante: o acontecimento. Relembrar a festividade de quem segurou o tempo com garra e o aproveitou para.

É deste aproveitamento temporal que as casas se levantam, que as famílias se organizam, que as crianças se valorizam, que os adultos se vão entendendo, que os pormenores alheios passam do senso comum à verdadeira aprendizagem.  É deste aproveitamento que chega a segurança, o otimismo, a segurança, a vontade de aprender, a segurança, a aliança com o céu para sobreviver…

Quando chegar ao aproveitamento temporal, tecerei a aliança com o céu. Teremos certezas de que as nuvens repousam para que a sombra nos proteja, e se juntam para que o sol nos aqueça e nos segure em solo polido e firme. Detritos escritos sob feixes luminosos…entendimentos subtis que nos levam a pensar um pouco sobre um mundo maior, num pouco de terra com mar à volta…

Lembrar-nos-emos das sucessivas reconciliações entre aproveitamento temporal e a verdadeira aprendizagem, num mundo de dilema certo mas de escrita mansa e doce, o regozijo da segunda que continua em mim…

Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol