A estupidez humana

Vão ter muito tempo para, depois de afastada a pandemia, ir aos eventos que quiserem. Agora é tempo de seguir as regras, sem hesitar, sem facilitar. A bem de todos.

Por muito organizado e poderoso que seja um país, é praticamente impossível lidar e controlar eficazmente a estupidez humana. Até pelo contrário: aquela que é conhecido como a nação mais rica e poderosa do mundo, os EUA, são bem conhecidos pelos actos frequentes de imensa estupidez, como tiroteios, vandalismo, etc, só porque sim (leia-se sem motivo eticamente válido). E a batalha diária contra esta guerra injusta e parcial contra a pandemia só veio demonstrar que essa mesma estupidez está por todo o lado (por todo o mundo) e muito mais perto do que se pensa.

Nós somos massacrados diariamente com informação sobre este vírus que está a abalar todo o mundo. No entanto, apesar dos números abissais de infectados, internados e mortos por todo o mundo, a imbecilidade de (infelizmente) muitos faz com que ponham em causa a sua própria vida e a dos outros ao, por este ou aquele motivo, não respeitarem as indicações das autoridades de saúde. Alguns até – em especial na Assembleia da República – usam o momento de enorme urgência na saúde pública como arma de arremesso político. Já diz a sabedoria popular que “em tempo de guerra não se limpam armas”. Agora não é tempo de guerras de poder, nem de “bate pé” para ver quem tem mais – perdoem-me o termo – maiores tomates. É tempo de deixar as diferenças de parte em prol de um bem maior que é a saúde, a integridade física e, no limite, a vida dos portugueses.

Quando morrem só em Portugal às dezenas diariamente que me importa a discussão de poder entre os “Antonios, Ruis, Catarinas, Jeronimos e Franciscos” (entre outros) da politica? É tempo de salvar vidas, não de medir forças para ganhar mais uns votos. Mortos não votam. Se não cuidarem dos vivos, perdem eleitores para os cemitérios.

Mas, apesar de tudo, quem faz a maior a diferença não é o aparelho de Estado. É cada um de nós, dos nossos familiares, dos nossos amigos, dos nossos vizinhos, dos nossos conterrâneos. Se cada um de nós não meter na cabeça que tem que cumprir as regras, não há serviço de saúde que resista. E com ele, a economia e todos os outros vectores da sociedade. Não há Estado nenhum que consiga pôr um policia atrás de cada um dos seus habitantes a impor as regras. Por isso sempre disse, desde o inicio da pandemia, que as medidas do Estado ajudam – e bastante – mas o papel principal para erradicar a pandemia é de nós todos. Somos nós que temos que nos mentalizar que não acontece só aos outros e que temos de cumprir as regras escrupulosamente, sem hesitar e sem facilitar. Viu num qualquer canal de televisão ou na CMTV que as medidas não eram assim tão eficazes? É o que temos de momento e é o que vai evitar males maiores, muito maiores.

E daí não ter outra forma de qualificar aqueles que, conscientes do momento extremamente difícil que todos vivemos,  decidem ajuntamentos desregrados em, por exemplo, eventos (sejam eles desportivos, culturais ou políticos), festas privadas, entre outros, que não de portadores de gigantesca estupidez ou imbecilidade. Ou ambas.

Vão ter muito tempo para, depois de afastada a pandemia, ir aos eventos que quiserem. Agora é tempo de seguir as regras, sem hesitar, sem facilitar. A bem de todos.