As amigas da minha amiga, minhas amigas são! – Laura Paiva

Se existe alguém que gosta de um nosso amigo, da mesma forma que nós gostamos, é muito fácil criar, com essa pessoa, um outro ramo na árvore da amizade. E foi isso que me aconteceu.

No final do mês de Setembro tive a honra de conhecer as amigas da minha amiga Isabel, a quem conheço há cerca de dezasseis anos. Já partilhamos um pouco de tudo –  problemas, alegrias e conquistas pessoais. Ao longo dos anos, fomos mantendo contacto e agora, graças às redes sociais, estamos sempre ligadas. E foi precisamente através de uma rede social que “conheci” as manas Aida e  Fernanda, amigas de longa data da minha amiga Isabel. Post puxa post, comentário puxa comentário e toca a marcar um encontro para nos conhecermos pessoalmente, em carne e osso.

Sábado, 29 de Setembro
14.30h
Apanho o comboio que vai para Guimarães. O meu destino era Santo Tirso. Viagem de cerca de meia hora. Vou pensando, com os meus botões, em como me sinto impaciente por reencontrar a Isabel e finalmente conhecer as manas. Isto demora muito?

15.00h
Chego a Santo Tirso. Apeada do comboio procuro um rosto familiar. Não há muita gente na estação… Ali estão elas! Que lindo reencontro – a roçar o lamechas… que grande abraço! Uma máquina fotográfica registou o momento. Não houve necessidade de apresentações, afinal já eramos, virtualmente, amigas. De forma mais polida e formal mais igualmente entusiástica, cumprimento as manas (dois pares de lindos olhos azuis dos quais as fotografias, que eu vira, não fazem justiça). Fico com a sensação que nos conhecemos desde sempre…

Uma tarde magnífica com conversas reatadas, histórias partilhadas, grandes gargalhadas e lembranças, muitas lembranças! Jesuítas e limonetes à mistura, ou não estivéssemos nós na sua terra.

Com o passar da tarde sinto-me aprovada naquela relação a quatro, aceite, mimada e acarinhada. Daqui já ninguém me tira! Na hora de regressar, com direito a fotografia de grupo (para mais tarde recordar) – se fosse um anúncio de supermercado, a legenda seria: “leve três pelo preço de um”. Fica no ar a promessa do reencontro, para breve…

18.23h
O comboio parte à hora prevista. Regresso a casa com a alma mais leve, o coração mais cheio e um sorriso gravado no rosto. Estas amizades fazem-me sentir bafejada por um sentimento de sorte, paz e harmonia.

Dizem que os verdadeiros amigos não precisam de se ver ou de falar diariamente e eu concordo – nas verdadeiras e sólidas amizades, os lapsos de tempo são nulos. Quando os amigos se reencontram a relação é retomada e a cumplicidade é renovada e reforçada, a cada gesto e a cada palavra. E foi isso que eu vi e senti…



Crónica de Laura Paiva
O mundo por estes olhos