As nossas princesas! – Teresa Isabel Silva

Sinto-me enganada!

Primeiro dizem que a minha prima Vera chegou, mas depois eis que a jovem, não para de chorar e de bufar…
Ela está tal e qual as nossas adolescentes… Ups, não todas as adolescentes, apenas aquelas retratas pela TVI… Aquelas jovens que parecem uma espécie mutuante nova que me faz perder a esperança no futuro…

E foi para aborrecer essas jovens que a minha Prima Vera se fez anunciar, já elas andavam aos pulos e aos gritinhos, a fazer brindes e a tirar fotos para o facebook, com as suas roupitas novas e reduzidas, quando a Vera decidiu abrir-se em prantos e causar derrocadas psicológicas naquelas cabeças que já usavam óculos de sol…

Pois bem… Eu sou humana e sofro constantemente com frio… Sou daquelas pessoas que se descobre uma ventania mais forte vai logo a correr buscar o casaco mais grosso que tem no armário e vestir tantas camadas de roupa que mal me consigo mexer. Mas essas adolescentes funcionam ao inverso, parece mesmo que o vento lhes alimenta calores estranhos e logo vão ela a correr usar saias e calções curtos, e um blusão de ganga que não abriga do frio mas que dá muito estilo.

Eu e a Vera meditamos sobre o assunto, e parece que o estilo é o novo alimento (bastante nutritivo) desta geração.
Mas a verdade seja dita, em defesa destas jovens Cinderelas, ou melhor Belas Adormecidas após coma alcoólico, elas apenas se vestem assim, porque o álcool que ingerem numa sexta e sábado á noite as alimenta e sustenta durante a semana inteira.
As pessoas normais atestam os depósitos quando sabem que o preço dos combustíveis vais subir, as cachopas, bebem de vodka para cima para susterem o aquecimento durante a semana inteira.

Depois ainda tem a lata de irem para as redes sociais queixarem-se dos exames intermédios… Pudera as ressacas são tantas que a concentração para o estudos á muito tempo que se finou juntamente com os neurónios bons do cérebro delas.
Se os exames de portugues fossem sobre palavreado da gíria da noite, a matemática sobre a percentagem de álcool das bebidas lá da discoteca da moda, e a história fosse sobre a redução do tamanho das roupas, ai sim, tínhamos boas alunas!

Depois é ainda ironicamente engraçado ver como é que jovens menores, podem fazer tatuagem ridículas, vestirem-se como prostitutas baratas, beber e fumar que nem a Cruela Devil, engravidar e ter mil e um apoios, serem presas e saírem em liberdade, mas se uma rapariga honesta e decente quiser ir trabalhar, apontam-lhe o dedo e acusam-na de loucura porque os menores não podem trabalhar.

E pronto é este o mundo em que vivemos.
Faz sentido? Na minha cabeça não, mas nas cabeças em que os neurónios foram consumidos pelo álcool faz!
Possivelmente nenhum desses adolescentes está a ler isto, aliás duvido muito que eles saibam o que quer dizer ler, e que percebam o meu sarcasmo, mas se por acaso estiverem a ler… Bem… Vocês não vão mudar pois não?

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas