Autoajuda: Conjunto de métodos realizados pelo próprio indivíduo com a finalidade de solucionar problemas e atingir objetivos individuais.
A temática autoajuda não é recente, existe há centenas de anos, vamos recuar até 1936, o ano em que foi publicado o livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas” escrito pelo orador Dale Carnegie, considerado o livro de literatura motivacional com mais sucesso mundialmente, Carnegie teve dois fatores importantes que desencadearam o êxito: Primeiramente, começava a surgir nos Estados Unidos grupos de interajuda que abordavam diversos problemas – obesidade, vitimas de abuso sexual, depressão, alcoolismo, entre outros – reconverteram a socialização e troca de experiências em livros de autoconhecimento, um género de faça você mesmo, em segundo, o autor sabia que mais importante que a experiência profissional e o canudo académico está a sensibilidade e a vocação que o indivíduo tem com as palavras, com o seu discurso, se és uma pessoa capaz de entusiasmar e motivar o teu semelhante então tens tudo o que é necessário para te tornares num orientador da positividade.
A indústria da felicidade gere milhões, um negócio em grande crescimento que a pandemia não abrandou, a procura por um milagre através das letras continua na moda, no entanto, é frequente ouvir em conversas com amigos ou ler em debates nas redes sociais que o livro de autoajuda só ajuda quem o escreveu. Ler livros de autoajuda é positivo e negativo, a antítese demonstra que a opinião geral não é unânime e constitui uma célebre oposição: Os leitores que não dispensam os livros de autoajuda ao longo da vida ou por curtos períodos da mesma, e prontificam-se a dar exemplos da sua experiência pessoal em que a leitura foi essencial para a resolução do problema ou para indicar o caminho que estava desfocado, por outro lado, os indivíduos que nunca leram um livro dessa temática ou os que leram e consideram um embuste, uma forma inapropriada de um pseudo guru escritor ganhar dinheiro à custa da instabilidade emocional, da fragilidade humana e dos problemas do foro psicológico dos leitores.
Quando encomendamos um livro ou entramos numa livraria com o propósito de comprar determinado livro, procuramos essencialmente respostas ao nosso problema, alento e motivação, se o meu problema é não conseguir lidar com uma relação amorosa fracassada eu não vou comprar livros sobre a mudança de hábitos no meu dia a dia, se o meu foco é modificar a alimentação eu não vou comprar um livro sobre como ter êxito nas finanças, portanto, no ato do desespero para encontrar soluções ou no ato de desejar mudanças positivas e rápidas na nossa vida, surgem dois sentimentos que passam despercebidos: Ao encontrar o que procura, o leitor vê escrito aquilo que pensa, surge então a compensação, o pensamento “é exatamente isto que eu estou a sentir e a viver” e, sorte a sua, o livro que encontrou e que está a ler vai lhe dizer exatamente como se deve comportar, seja em três passos, em cinco tópicos ou em dez partes, surge o pensamento “era mesmo isto que eu estava a precisar de ler“. Não é uma utopia, está de facto a acontecer.
“Every day, in Every way, I’m getting better and better“, frase de Émile Coué, um ilustre psicólogo que criou a auto-sugestão consciente. Leitor, que livro de autoajuda está a ler neste momento?
Continua
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