Clube de tostões ganhou o euromilhões – Maria João Costa

É inevitável não falar dessa modalidade desportiva que deixa 22 homens a correr atrás de uma bola como se não houvesse amanhã.

Não, não vou fazer de conta que percebo de futebol e comentar o clássico que fez com Jesus descesse à terra, nem vou arriscar falar dos comentários do Jorge Nuno que usa e abusa das figuras de estilo. Deixo isso para quem percebe, para os entendidos, e para os treinadores de bancada que não sabem o que é um fora de jogo.

Tenho que dar espaço de antena a quem não teve primeiro destaque nos jornais desta manhã.

Um clube de tostões entrou num campeonato de milhões. Enquanto muitos esperavam pelo resultado no Dragão, em Coimbra, os Castores já se abraçavam e pulavam de alegria. Afinal, não é todos os dias que o Paços de Ferreira tem os dois pés na Liga dos Campões. Não é preciso saber muito sobre futebol, nem de móveis, para perceber a importância de um empate contra os estudantes nesta altura do campeonato.

Em Paços de Ferreira, os cachecóis e bandeiras preencheram as varandas dos pacenses; os amigos, organizaram excursões; e nas redes sociais o “Alez Paços” fazia-se ouvir a cada publicação. E no final, quando tudo ficou decidido, escusado será dizer que ninguém se lembrou do Gaspar, porque o Passos era outro. Vestiram a t-shirt ao filho, ao cão e piriquito e saíram à rua como se tivessem ganho o euromilhões. E contas feitas, para o clube pode ser a primeira estrela de cinco números e mais uma estrela.

Pode não aumentar o PIB de Portugal, mas pode fazer com que os pacenses se esqueçam das contas da EDP nos próximos dois dias. Menos de cinquenta e três mil reclamações para o Mexia, é uma boa média.

 

Crónica de Maria João Costa
Oh não, já é segunda feira outra vez!