Como destruir um país, segundo Passos Coelho – Nuno Araújo

 

Passos Coelho quer ser primeiro-ministro até 2019!

Passos Coelho quer ir a eleições em 2015 e “dar a cara” pelo governo. Como se isso não lhe bastasse, o actual primeiro-ministro afirmou ainda que o seu programa de governo é para ser executado em dois mandatos. “É preciso ter lata”, minhas amigas e meus amigos! Se lá chegar sem eleições legislativas, em 2015, o país estará mergulhado em miséria…e o programa de destruição e venda a retalho dos bens do estado português estarão obsoletos, pois é disso que esse programa de governo trata, da alienação do património e serviços públicos dos portugueses.

Quatro por cento de quebra no PIB, em termos homólogos, é sinónimo de um autêntico desastre na economia portuguesa, e o resultado mais do que natural do servilismo do governo de Passos Coelho e Vítor Gaspar à Troika. Austeridade sem limites é parte da intenta neoliberal anglo-saxónica, que pretende colocar o sul da Europa “de joelhos”, seja na prestação de vassalagem ou no pedido de “esmolas”.

É também incrível a forma como em Portugal o governo destrói empregos. Passos Coelho e o ministro Álvaro Santos Pereira, um verdadeiro “cadáver político”, são dois dos maiores responsáveis pela subida Ainda agora, veio o governo, pela mão de Pedro Mota Soares, afirmar que o executivo vai investir, pasme-se, 20 milhões de euros em criação de condições para fazer crescer o emprego. Ora, esse montante é tão ridículo quanto curto em alcance de resultados, pois se formos a ver 20 milhões de euros não chegam para nada, ainda que oriundos de menos tributação sobre desempregados que reentrem no activo, ou mesmo de verbas menos altas a pagar por entidades empregadoras que contratem desempregados.

Esperemos que o encontro de Mário Soares com François Hollande, por ocasião da entrega de prémios da UNESCO para a paz, tenha servido para uma sensibilização de que a França deva exercer, por meios democráticos e diplomáticos, o “soft power” que tanto caracterizou a UE, até à chegada de Merkel à Alemanha. A UE precisa de um novo rumo, mas bem definido e orientado para políticas que coloquem as pessoas no centro das preocupações; se isso acontecer, a par de uma mudança de governo em Portugal, virando o eleitorado à esquerda, poderemos esperar não “um mar de rosas”, mas antes um combate à crise e à dívida mais sérios e menos penosos para a maioria das pessoas.

Eleições nos pelourinhos 2013

Moita Flores e Passos Coelho: depois de Viva Santarém…Viva Oeiras!

Em Oeiras, Moita Flores está mais do que “agrilhoado” a Passos Coelho e ao governo, como dizia Platão na Alegoria da Caverna. Não vale a pena Moita Flores esconder-se atrás de cartazes que não ostentam o símbolo do PSD…o eleitorado já sabe que o candidato independente pelo PSD vai a votos pelo PSD…e assim não é muito independente…senão poderia concorrer em listas verdadeiramente independentes, sem serem apoiadas pelo PSD…Paulo Vistas também está “agrilhoado” à herança política que ele próprio pretende preconizar, ao ser candidato pela AOMAF a Oeiras. Vistas parece estar interessado em “continuar a fazer”…o quê, pergunto eu?

Os próximos anos serão de grande incerteza, no que diz respeito ao plano financeiro, o que significa que os municípios terão de diversificar as fontes de receita. O modelo europeu de desenvolvimento sustentável está seriamente ameaçado, devido à crise que assola o “velho continente”, e Portugal e os seus municípios, na avaliação ao combate que irão fazer à crise, terão de ter em conta diversos factores em mudança como os movimentos migratórios, a exclusão social, a segregação espacial (os “guetos”), o estado dos ecossistemas.

Perante estes grandes desafios, as cidades do amanhã terão de apostar na sustentabilidade das economias locais, que terão de ser inclusivas e coesas. A diversidade de grupos étnicos e etários deverá ser aproveitada, pois poderá significar uma mais-valia, desde que potencializada para tal. A pobreza energética, ou seja, a existência de edifícios de habitação com elevados custos de energia, deve ser combatida com o recurso a uma regeneração do parque de habitação dos municípios e freguesias. Espaços verdes bem configurados são, neste momento, locais aprazíveis para se verem junto a um bloco habitacional, por exemplo.

Com estas propostas, as cidades de pequenas e média dimensão, com alguma prosperidade e dinamismo, poderão fazer face à actual crise, mas procurando sempre parceiros locais que possam dinamizar os processos de intervenção e os focos de actuação. A população deve ser envolvida cada vez mais nos processos decisórios e assim a governança da cidades far-se-á de forma capaz de criar inovação social, um conceito-chave para a melhoria da qualidade de vida das populações.

Crónica de Nuno Araújo
Da Ocidental Praia Lusitana