Eleições 2021

Dia 316, do 1º ano, da Grande Pandemia em Portugal! O ano que decidi não votar!

Dia 316, do 1º ano, da Grande Pandemia em Portugal! 
(Agora conto os dias assim. Parei a contagem a 13 de Março de 2020 e faço intenções de continuar a contar a partir daí quando tudo isto passar, ok?!)

Este ano decidi não votar! Não porque tenha medo de pessoas nas filas. Até porque se há coisa que gosto bastante é de uma boa fila… Fila!!! Não é bicha, ok?! Não sei porquê mas gosto de ver pessoas todas alinhadinhas, a 2m de distância umas das outas, pacientemente à espera para entrarem regradamente num local (pena é que isso não aconteça muitas vezes).

Também não foi porque tenho medo dos casos de Covid-19 na minha terra (até porque se eu vou às compras onde toda a gente me apalpa a fruta… quer dizer… Onde anda toda a gente a apalpar a fruta que trago para casa) não seriam as eleições que me iam meter medo. Simplesmente não me parece lá muito inteligente ir para uma escola (sabem, aqueles locais encerrados por serem sítios de possível contágio) ainda por cima com uma série de urnas e idosos lá dentro. Não sei porquê mas não me augura nada de bom. Bem sei que o Costa garante que é mais seguro que um passeio à beira-mar, mas desta vez acho que dispenso as eleições!

(Pausa de 5 minutos para receber insultos sobre os feitos do passado, das conquistas de direitos e afins…)

Já está? Já passou? Sente-se melhor agora? Ainda bem… Reter insultos é perigoso. Pode provocar dores de garganta e nos tempos que correm isso é de se evitar, não vá dar-lhe tosse ou dores de cabeça e leva logo com uma zaragatoa pela narina acima…
Caros cidadãos e cidadães (que eu aqui não discrimino iletrados do facebook) se é para estarmos confinados não me peçam para ir à rua votar. Se posso ter teleconsultas, estar em teletrabalho ou até celebrar uma espécie de teleNatal, bem que podiam arranjar uma forma de se fazer televoto não é verdade?! Ao fim ao cabo podemos tratar do CC online, da Carta de Condução online, solicitar o fundo de desemprego online, não me parece que isto das eleições fosse assim tão complicado.

Claro que que fiquei com pena de não ir votar para poder conhecer a escola da minha filha por dentro… É que, caso vocês não saibam, é mais perigoso juntar duas dúzias de pais numa reunião no pátio da escola do que algumas centenas para votar. Talvez se me tivesse lembrado disto mais cedo tinha pedido à professora da pequena para fazer a reunião no dia de hoje. Assim, com sorte, até podia ser que conseguisse ver a salas onde os miúdos passam o dia todo,  quiçá até ver conseguir espreitar um ou outro trabalho da escola.. Era a loucura! Falta de lembrança pá…

Atenção, não pretendo de modo algum atacar todos aqueles que puseram fotos do boletim de voto no Facebook (sabem que isso é proibido não sabem?) e comentaram: “…era para não ir votar mas não consegui não ir exercer o meu direito.”; ou aqueles que “…é mais seguro votar que ir trabalhar!”. Ou até os que “…foram votar só para o André (a)Ventura(-te) com os ciganos e vais ver como elas mordem, não ganhar!”. Ou ainda aqueles que “…tinham de votar a ver se as coisas mudam.”.

Meus amigos lamento desiludir mas não vai mudar nada. O Marcelo vai ganhar, o Ventura deve ficar em 2º ou 3º lugar e o Tino só não fica em último porque o tipo que aparece em primeiro tipo do boletim só está lá para gastar tinta na impressora e confundir os mais distraídos.
A mudança mais provável de acontecer nestas eleições será a mesmo residência de alguns dos velhotes que arriscaram a vida ao sair de casa.

Digo-vos isto antes de saber os resultados e para vos descansar. Amigos apontem para mais 5 anos de conluio entre o Costa e o Marcelo, algumas (Mar)selfies com máscara nos próximos anos e uma enorme poupança em reformas no futuro. O que até poderia ser bom para a economia não fosse o aumento no pagamento de subsídios de desemprego.

E foi por isto que este foi o ano que decidi não votar!
Bem-haja a todos e façam favor de se manterem seguros.