Efeito Primark – Maria João Costa

A segunda-feira tem outro encanto se tivermos o armário cheio de roupa nova, que o digam as meninas, e as mães das meninas, e isso só acontece porque a prima Primark resolveu marcar presença no Colombo.

Já não é novidade, nem notícia, muito menos tema de crónica, os boxers a menos no stock que não passaram pela caixa, no dia de inauguração da loja. Foi tudo ao molho, e fé em que os seguranças não vissem nada. Houve quem tivesse sorte, e houve aqueles que, quando abriram o saco, perceberam que só trouxeram peças de roupa e acessórios que não fazem o género deles. E é este o efeito primark, até para quem gosta de levar sem pagar.

É barato, leva-se. Se não servir, não tem mal, o prejuízo não é muito; se estragar, não tem mal, é da Primark, não foi caro; gostas? Leva, de certeza que é barato. Ninguém olha para a etiqueta, porque é da Primark, e no final, contas feitas, levam mais coisas que não precisam, do que aquelas que realmente precisam, e gastam mais dinheiro do que era suposto. Efeito Primark.

A verdade é que a prima Primark, mais dia menos dia, deixa-nos de coração partido, como um dia nos deixou a Zara. Era a nossa melhor amiga, até que resolveu aderir às etiquetas com muitos dígitos, 99 e descontos de 10%.

O melhor mesmo é jogar pelo seguro, só vou lá daqui a um mês, quando a loja estiver minimamente arrumada, com espaço para experimentar, e com tudo muito bem identificado, com preço e tamanho. E não vou com viciadas em compras, vou com «forretas», para não me deixar levar pela prima Primark, e para me lembrar que é da prima poupança que tenho que gostar mais!

Crónica de Maria João Costa
Oh não, já é segunda feira outra vez!