Ele quer voltar para Marte! (Mas imigrou para a Alemanha!) – Teresa Isabel Silva

Espero que os meus caros leitores ainda se recordem do marciano que acidentalmente aterrou a sua nave em Portugal.
Pois bem, ele esteve desaparecido, mas não esteve esquecido! O marciano andou estas últimas semanas á boleia para sair do país.
E nós os portugueses sabemos como isso é difícil, o custo de combustível não está acessível e dar boleia a estranhos é perigoso.
Mas com esforço o nosso marciano chegou á Alemanha, comprou aos chineses uns quantos documentos e agora está completamente legalizado. Infelizmente os nomes porreiros estavam escolhidos e como qualquer chinês ele tem agora um nome acabado em Ming.
Seja como for, a imigração de facto foi a solução para os problemas do pobre marciano que com as falsificações certas da licenciatura e com alguns conhecimentos conseguiu rapidamente emprego como assessor de imprensa da Ângela Merkl.
Não era o emprego de sonho, mas era bem pago, por isso o marciano esforçava-se para fazer um bom trabalho, nunca esquecendo os pobres portugueses que sofriam opressões. Muitas delas causadas pelo facto de o primeiro-ministro ser o animal de estimação da sua nova patroa.
Mas para já o marciano tinha um duro trabalho pela frente. Preparar a visita de Ângela Merkl a Portugal.
Como seu assessor de imprensa o marciano desejava que ela não fosse ingénua ao ponto de afirmar como a quando a sua visita á Grécia, que aquele país afinal até era calmo! Ou ela era mesmo ingénua ou então a inteligência tinha-lhe falhado naquele momento. Será que a mulher não reparara que as ruas estavam fechadas para ela passar?
O marciano confuso pensou que todos os responsáveis de Estado eram pouco perspicazes.
Ele achava que numa União Europeia que se diz democrática, os governantes que visitam os outros países, deviam de ver tudo desse País. Afinal de contas o Passos Coelho estava a esconder o seu povo como quem esconde algo vergonhoso.
A verdade é que para o primeiro-ministro o povo era apenas algo necessário, mas facilmente dispensável.
O marciano sentia-se revoltado com toda a opressão do povo que o recebeu, e claro desejou que Ângela Merkl visse a verdadeira miséria do povo. Com sorte percebia a revolta do povo.
Ou então não percebia, afinal também ela sofria da síndrome de ignorância dos governantes.
De qualquer maneira ele teria que esperar para ver. Afinal de contas Ângela Merkl tal como todos os políticos só tinha um assessor porque parecia bem, nunca o utilizava e dizia sempre o que queria. O problema é que nem sempre dizia o que estava certo!

Crónica de Teresa Isabel Silva
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